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    Um robô vai ajudar você a encontrar seu par perfeito

    Inteligência artificial já está sendo incorporada nos aplicativos de namoro com recursos como filtros para match e suporte de texto na troca de mensagens

    Alex Pasykov
    Alex Pasykov Reprodução/Web Summit

    Marcelo Tripolida CNN

    em Lisboa

    Qual será o papel da inteligência artificial em algo tão natural como os encontros e desencontros do amor? Já presente nos aplicativos de namoro para facilitar o match perfeito ou ajudar a desenrolar a conversa com a nova conexão, a IA é realidade no mundo dos encontros. Mas calma: ainda não se trata de um robô fazendo tudo por quem busca amor ou diversão por uma noite.

    Alex Pasykov, fundador e CEO do aplicativo de encontro Hily – que nasceu há seis anos na Ucrânia e hoje tem escritórios no Reino Unido, nos Estados Unidos e Chipre e 400 mil usuários ativos diariamente – conta que o app passou a usar a inteligência artificial há cerca de um ano como forma de dar mais segurança aos usuários. Ela atua principalmente para checar a autenticidade de perfis e moderar manifestações ofensivas, por exemplo.

    Ele explica que o Hily, por enquanto, usa a IA principalmente para verificar os novos usuários antes de permitir que eles se comuniquem com outras pessoas dentro da plataforma.

    “Mas veremos cada vez mais algoritmos que verificam as mensagens para dizer se elas são reais ou geradas por IA. Por enquanto não fazemos nada na verificação de mensagens, mas acredito que sejam os próximos passos”, afirma.

    A ideia é aprofundar o uso da IA, mas não para que ela substitua as pessoas nas conversas com as conexões, mas sim auxiliando o início de interações.

    “Para quebrar o gelo. Mesmo depois das conversas, o primeiro encontro é sempre um evento estressante e você tem que entender o que seu parceiro quer, o que você quer. Acredito que aqui temos uma boa chance de criar ótimos recursos usando algoritmos de IA”, acrescenta.

    Um exemplo? “Basta apertar o botão ‘quero um encontro se a outra pessoa quiser primeiro’ e a mágica acontece”, projeta Pasykov.

    Os algoritmos também são capazes de identificar preferências para facilitar encontros. Mas Pasykov acredita que este é apenas um passo.

    “É comum que as pessoas troquem mensagens ótimas e não saibam o que dizer quando se encontram na vida real. A gamificação é um ótimo processo para ajudar os usuários a iniciar conversas. Mas precisamos estar cientes de como usá-lo corretamente. Queremos ajudar nossos usuários, mas não queremos substituir a conversa real e a conexão real pelos recursos da inteligência artificial”, reforça.

    Em um mundo ultraconectado digitalmente, mas muitas vezes desconectado emocionalmente, o ghosting é uma realidade para os usuários de apps de namoro. A IA poderia ajudar? “Seria muito bom ter um recurso que evite que os usuários se comportem mal, que possa educar o usuário sobre como agir corretamente quando não estiver mais interessado”, imagina Pasykov.

    O mundo do namoro muda ano a ano. Quando o assunto são os apps de namoro, é rápido como a ideia do “nunca vou usar isso” mudou para “isso é uma coisa ótima”. Segundo Pasykov, existem cerca de 1.500 apps e sites de namoro em operação, e um universo que só cresce, na sua avaliação.

    Pasykov reforça que o uso da IA é uma realidade, mas o principal ponto é lembrar que não se pode dar à IA o controle da comunicação. “Não sei se haverá apenas robôs se comunicando em nosso nome, mas acredito verdadeiramente que estaremos do lado das conexões reais e da comunicação real”, conclui.

    Alex Pasykov participou nesta quinta-feira (16) do Web Summit 2023, que acontece em Lisboa.

    *Com Dimalice Nunes