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    UE projeta crescimento mais forte e inflação menor na zona do euro em 2023

    Melhor desempenho se deve à desaceleração dos preços de energia, que ajudou a reduzir pressões inflacionárias

    Bandeiras da União Europeia do lado de fora da sede do bloco em Bruxelas
    Bandeiras da União Europeia do lado de fora da sede do bloco em Bruxelas Reuters/Francois Lenoir

    Sergio Caldas, do Estadão Conteúdo

    A zona do euro deverá crescer mais do que se esperava este ano, evitando uma recessão técnica, mas a perspectiva do bloco segue fraca, uma vez que a inflação elevada e agressivas altas de juros deverão afetar a atividade econômica, segundo documento de projeções econômicas da Comissão Europeia publicado nesta segunda-feira (13).

    Na edição de inverno de seu relatório de projeções, a Comissão – braço executivo da União Europeia – agora espera que o Produto Interno Bruto (PIB) da zona do euro cresça 0,9% em 2023. Em novembro, a previsão era de alta bem mais modesta, de 0,3%.

    O melhor desempenho se deve à desaceleração dos preços de energia, que ajudou a reduzir as pressões inflacionárias nos últimos meses.

    “A diversificação contínua das fontes de abastecimento e uma queda acentuada no consumo deixaram os níveis de armazenamento de gás acima da média sazonal dos últimos anos, e os preços do gás no atacado caíram bem abaixo dos níveis pré-guerra”, diz a Comissão”, referindo-se ao conflito da Rússia na Ucrânia.

    Embora a perspectiva para 2023 tenha melhorado, o ganho de 0,9% do PIB esperado para este ano marca um forte arrefecimento em relação à expansão de 3,5% que a zona do euro registrou em 2022.

    “À medida que as pressões inflacionárias persistirem, o aperto monetário deve continuar, pesando sobre a atividade empresarial e exercendo impacto nos investimentos”, diz o relatório.

    No começo de fevereiro, o Banco Central Europeu (BCE) elevou sua taxa de juros para depósitos em 50 pontos-base, a 2,50%, e previu um aumento da mesma magnitude para março.

    Para 2024, a Comissão reiterou projeção de que o PIB da zona do euro deverá crescer 1,5%.

    Já a inflação da zona do euro deverá permanecer alta este ano, mas não tanto quanto se imaginava três meses atrás.

    Com a moderação dos preços de petróleo e do gás, a Comissão prevê agora que o índice de preços ao consumidor (CPI, pela sigla em inglês) da zona do euro subirá 5,6% em 2023, ante projeção anterior de 6,1%. Para o próximo ano, a previsão do CPI foi levemente ajustada para baixo, de 2,6% a 2,5%.

    Ainda no relatório, a Comissão avalia que o pico do CPI na zona do euro provavelmente ficou para trás, após três meses consecutivos de desaceleração. Por outro lado, o núcleo do CPI, que desconsidera preços de energia e alimentos, ainda não chegou ao ápice, diz o braço executivo da UE.

    Após atingir recorde histórico de 10,6% em outubro do ano passado, o CPI da zona do euro perdeu força nos meses seguintes, chegando a 8,5% em janeiro. A taxa, no entanto, segue muito acima da meta de inflação do BCE, que é de 2%.