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    UE e Argentina assinam parceria sobre cadeias de valor de matérias-primas sustentáveis

    Acordo visa garantir o desenvolvimento de um fornecimento seguro e sustentável de matérias-primas necessárias para a energia limpa e a transição digital

    Matheus Andrade, do Estadão Conteúdo

    A presidente da Comissão Europei, Ursula von der Leyen, e o presidente da Argentina, Alberto Fernández, assinaram nesta terça-feira (13) um Memorando de Entendimento estabelecendo uma parceria entre as duas economias sobre cadeias de valor de matérias-primas sustentáveis. Segundo comunicado emitido pela Comissão, o acordo visa garantir o desenvolvimento de um fornecimento seguro e sustentável de matérias-primas necessárias para a energia limpa e a transição digital.

    A medida também visa desenvolver uma indústria sustentável de matérias-primas e apoiar a criação de valor agregado local, empregos de qualidade e crescimento econômico sustentável e inclusivo, para benefício mútuo de ambos os lados, afirma o documento.

    Segundo von der Leyen, “é um grande passo em frente para as ambições climáticas da UE e é benéfico para a Argentina como um ator global chave na transição para a energia limpa. Uma parceria baseada em compromissos compartilhados para um futuro mais verde, digital e resiliente para todos”.

    A parceria visa: integração nas cadeias de valor de matérias-primas sustentáveis, inclusive por meio do desenvolvimento conjunto de projetos; cooperação em pesquisa e inovação ao longo das cadeias de valor de matérias-primas, incluindo conhecimento de minerais, minimização da pegada ambiental e climática e economia circular; implantação de infraestrutura hard e soft para desenvolvimento de projetos; fortalecimento de capacidades, educação e treinamento vocacional e desenvolvimento de habilidades ao longo de cadeias de valor de matérias-primas sustentáveis.

    A Comissão já estabeleceu parcerias estratégicas sobre matérias-primas com o Canadá (junho de 2021), Ucrânia (julho de 2021), Cazaquistão e Namíbia (novembro de 2022).

    Em coletiva de imprensa após se reunir com a presidente da Comissão Europeia, Fernández afirmou que os problemas ambientais que existiam para a conclusão do acordo entre a União Europeia e o Mercosul acabaram com a chegada do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao poder no Brasil.

    O argentino disse que via com muitas preocupações a gestão do ex-presidente da República Jair Bolsonaro na Amazônia, e que a percepção era compartilhada com outros líderes europeus, como o presidente francês Emmanuel Mácron. Segundo ele, agora Lula e a ministra do Meio Ambiente Marina Silva são grande promotores do cuidado ambiental.

    Fernández disse que ficaria muito contente se concluísse o acordo UE-Mercosul até o fim deste ano, mas destacou que há problemas agora por conta do protecionismo dos europeus, especialmente no tema agrícola.

    Von der Leyen disse querer concluir o acordo o mais rápido possível. “Vamos trabalhar duro”, afirmou.

    Segundo ela, há janela de oportunidade para poder finalizar a questão, que vem se arrastando por alguns anos. A presidência de Fernández na Argentina termina ao final deste ano, enquanto a Espanha, país cujo governo vem defendendo o acordo, terá o comando do Conselho da UE até o fim de 2023.

    Segundo von der Leyen, o acordo UE-Mercosul ajuda a integrar as cadeias de suprimento e aumentará os laços entre os blocos, além de possibilitar mais investimentos.

    A dirigente reforçou a presença das verbas da UE na América Latina, destacando os 10 bilhões de euros prometidos para a região no âmbito do programa Global Gateway, que podem ser complementados com investimentos dos estados membros e de agentes privados, afirmou.

    A Argentina foi o segundo destino da presidente em uma viagem pela América Latina, que começou na segunda-feira pelo Brasil. Von der Leyen irá visitar ainda Chile e México nesta missão pela região.