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    Turismo nacional e internacional ganham força no 1º trimestre do ano, diz associação

    Operadoras de viagens faturaram 66% a mais entre janeiro e março deste ano, em comparação com o mesmo período de 2021

    Passageiros no terminal 2 do Aeroporto Internacional de Guarulhos
    Passageiros no terminal 2 do Aeroporto Internacional de Guarulhos Rovena Rosa/Agência Brasil

    Pedro GuimarãesRayane Rochada CNN

    no Rio de Janeiro

    O brasileiro começou o ano de 2022 com mais planos de viajar, contribuindo para a recuperação do setor do turismo — uma das atividades mais afetadas pela pandemia de Covid-19. É o que apontam os dados da Associação Brasileira das Operadoras de Turismo (Braztoa) divulgados nesta terça-feira (24).

    De acordo com a entidade, entre os meses de janeiro e março, as empresas do setor registraram um aumento de 66% no faturamento, em comparação com o mesmo trimestre de 2021.

    Segundo a Braztoa, a alta na procura foi de 86% em destinos nacionais e 14% no exterior. Dentro do país, a maior parte das passagens é vendida para a região Nordeste.

    Entre os principais destinos, Salvador encabeça o topo da lista. Após a capital baiana, aparecem Fortaleza, Maceió e Natal em segundo lugar. As cidades de Porto de Galinhas, em Pernambuco, e Porto Seguro, também na Bahia, ficaram com a terceira posição.

    Já entre as viagens internacionais, as principais buscas são por Cancun, Lisboa, Orlando, Paris, Dubai e Egito. Ao todo, 85,2% das empresas afirmaram que a demanda por locais fora do país cresceu “muito” ou “muitíssimo”.

    Somente 14,8% das companhias alegaram estabilidade ou pouco aumento. E o crescimento se deu mesmo com a alta no preço das passagens aéreas para outros países. Segundo o levantamento, 62% das operadoras notaram um aumento significativo nas tarifas, no período entre janeiro e março deste ano.

    Para a maior parte das empresas pesquisadas, a abertura de fronteiras e a queda gradativa do dólar foram os principais motivos para o avanço do turismo internacional. No ranking dos produtos mais comprados estão: luxo, praia e sol, cultural, bem-estar, lua de mel e cruzeiros, gastronomia, religioso, aventura e ecoturismo, esportes e negócios/eventos.

    O presidente da BRAZTOA, Roberto Haro Nedelciu, avalia que a melhoria da conjuntura não se limita aos mais ricos. “Este cenário mostra que a demanda reprimida por viagens segue se concretizando, com embarques mais próximos entre as pessoas de maior poder aquisitivo – vide o destaque para as viagens de luxo -, mas também ganhando força entre todos os brasileiros que amam viajar e que estão se organizando para que o tão desejado roteiro dos sonhos saia do papel e se torne realidade”, destaca.

    Retomada atinge bares e restaurantes

    A retomada no lazer também foi perceptível em bares e restaurantes do país, que registraram maior faturamento em abril. De acordo com levantamento da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), 35% dos estabelecimentos disseram ter trabalhado com lucro no mês, enquanto 28% registraram prejuízo. Em janeiro, a situação era menos favorável, com apenas 22% registrando lucro e 43% prejuízo.

    Apesar do aumento no movimento, muitos donos de bares e restaurantes não têm conseguido repassar integralmente o aumento dos custos, o que diminui a margem de lucro. O presidente executivo da Abrasel, Paulo Solmucci, afirma que o crescimento de preços tem sido o maior problema.

    “A pesquisa mostra que, após terem recuperado o faturamento, as empresas lutam com algum sucesso para ajustar os preços, buscando melhor rentabilidade. A rápida escalada da inflação é o maior desafio de momento”, afirma.

    Do total de locais pesquisados, 78% dizem não conseguir acompanhar os aumentos da inflação, que acumulou 12,13% nos últimos 12 meses, tendo abril como referência. Desses, 33% não reajustaram o valor do cardápio, enquanto 45% fizeram a mudança abaixo da variação média dos preços.

    Os empresários do setor também se veem pressionados pelas dívidas bancárias, segundo a Abrasel. Quase três em cada quatro estabelecimentos precisaram contrair empréstimos durante a pandemia. Entre os que pegaram dinheiro emprestado, 32% têm parcelas em atraso.

    “Muitos ainda estão pagando o preço das restrições e fechamentos durante a pandemia e precisam de ajuda para poder seguir com a retomada. A adesão ao programa de reescalonamento de dívidas, o Relp, tem sido boa”, completa Solmucci.

    O Programa de Reescalonamento do Pagamento de Débitos no âmbito do Simples Nacional (Relp) permite o parcelamento em até 180 vezes dos tributos e contribuições devidos pelas micro e pequenas empresas, inclusive microempreendedores individuais (MEI).

    A redução de multas e juros pode chegar a 90%, dependendo do volume da perda de receita. O prazo para adesão ao programa se encerra em 31 de maio.