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    Turbulência no mercado de gás significa problemas à frente, dizem especialistas

    Preços do gás natural na Europa fecharam em recorde na segunda-feira (22), e são quase 10 vezes maiores do que no ano passado

    Julia Horowitzdo CNN Business

    em Londres

    As perspectivas para a inflação e a economia global dependem, em grande parte, de onde os preços da energia irão seguir — o que torna a recente turbulência nos mercados de gás natural um desenvolvimento preocupante.

    Os preços do gás natural na Europa fecharam em recorde na segunda-feira (22).

    Eles permanecem perto desse nível nesta terça-feira (23), depois que a Gazprom da Rússia disse que suspenderia os fluxos para a Alemanha através do oleoduto Nord Stream 1 por três dias a partir do final do mês.

    Os preços do gás natural na Europa são quase 10 vezes maiores do que no ano passado.

    Os preços nos Estados Unidos estão significativamente mais baixos, mas também estão subindo.

    Na segunda-feira, eles atingiram seu nível mais alto em 14 anos. Eles foram impulsionados pelo aumento do uso de energia durante as ondas de calor, a demanda da Europa à medida que os países tentam estocar para o inverno e a produção atrasada.

    Salomon Fiedler, economista do Berenberg Bank, afirmou que a forte alta nos preços do gás natural nesta semana o deixa confiante de que a Europa já está entrando em recessão.

    O Purchasing Managers’ Index da S&P Global divulgado na terça-feira, que mede os setores de serviços e manufatura da economia, mostrou que a atividade empresarial entre os 19 países que usam o euro contraiu pelo segundo mês consecutivo.

    Havia uma razão para otimismo. A S&P Global disse que “houve novamente sinais de que as pressões inflacionárias nas empresas ultrapassaram seu pico, com taxas de aumento tanto nos custos de insumos quanto nos preços de produtos diminuindo em geral”.

    Mas Fiedler espera que esse alívio seja “de curta duração”.

    “Com o recente aumento nos preços de energia — preços de gás no atacado em particular — provavelmente veremos um pouco mais de inflação no restante deste ano”, disse ele.

    Esta não é apenas uma má notícia para a Europa. O Citi disse que a inflação ao consumidor britânico pode atingir um pico de 18% em 2023, ou nove vezes a meta do Banco da Inglaterra.

    A alta demanda por combustível e a oferta limitada também estão elevando os preços do gás natural para compradores na Ásia e, em certa medida, na América do Norte.

    Os negócios globais podem ser atingidos à medida que as contas arregaladas pesam sobre a demanda por mercadorias e aumentam seus próprios custos.

    E embora os bancos centrais não tenham controle sobre os preços da energia, eles podem ser forçados a continuar subindo as taxas de juros se o impacto se espalhar pela economia e eles precisarem combater uma nova onda de inflação.

    Uma ressalva: os preços do petróleo estão se movendo na direção oposta. O barril de petróleo Brent, referência global, caiu 16% desde o início de julho. Os preços do petróleo nos EUA estão 15% mais baixos durante o mesmo período.

    Outros fatores estão impulsionando essa parte do mercado de energia, já que os traders se concentram nas previsões de que o crescimento global mais lento reduzirá a demanda por combustível.

    Os preços do petróleo podem permanecer voláteis nos próximos meses, no entanto.

    O ministro da Energia da Arábia Saudita, príncipe Abdulaziz bin Salman, disse à Bloomberg nesta semana que a volatilidade “extrema” nos mercados está desconectada dos fundamentos e que a Opep e seus aliados podem ser forçados a cortar a produção como resultado.