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    Tesouro Educa+, novo título para financiar estudos, começa a ser negociado na B3; veja como funciona

    Instrumento foi lançado pela Secretaria do Tesouro Nacional em parceria com a bolsa de valores brasileira (B3) e tem como objetivo auxiliar pessoas de todas as idades a conquistar uma renda complementar para custear estudos

    Luiza Palermoda CNN*

    São Paulo

    Começou a ser negociado nesta terça-feira (1º), na B3, o Tesouro Educa+, um título público do Tesouro Direto com finalidade de custear gastos com educação. O novo instrumento foi lançado pela Secretaria do Tesouro Nacional em parceria com a bolsa de valores brasileira.

    A cerimônia, que marcou o início das transações, contou com a participação do secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, da secretária adjunta do Tesouro Nacional, Viviane Varga, do CEO da B3, Gilson Finkelsztain, e de um dos especialistas que inspirou a criação do título, o chairman da Mcube Investment Technologies LLC, Arun Muralidhar.

    Segundo o Tesouro Nacional, a ideia do papel é incentivar as famílias a terem uma poupança com o objetivo de, no futuro, pagar a faculdade de seus filhos.

    “O novo título do Tesouro Direto que será lançado em agosto foi desenhado especificamente para o ciclo educacional e vai possibilitar que até mesmo famílias de baixa renda possam se preparar para financiar a educação dos filhos. Será um instrumento efetivo para a quebra do ciclo de pobreza”, antecipou o secretário Rogério Ceron à CNN em julho.

    Como funciona

    O valor inicial para começar a investir no Educa+ é de cerca de R$ 30, com período de valor inicial para acumulação de capital de 3 a 18 anos

    O investidor poderá escolher os títulos disponíveis para venda de acordo com ano de vencimento. Após o vencimento, receberá fluxos mensais recorrentes por cinco anos a partir do dia 15 de janeiro do ano escolhido.

    Com isso, a poupança acumulada e adicionada à rentabilidade de longo prazo seriam pagos às famílias como uma renda fixa durante cinco anos (abrangendo o ciclo universitário).

    O dinheiro poderá ser usado para pagar mensalidades de uma faculdade privada ou para arcar com outras despesas do curso superior.

    Além disso, o valor investido será sempre devolvido em 60 prestações mensais que amortizam todo o fluxo investido no produto.

    Inicialmente, serão disponibilizados 16 títulos, com a primeira conversão em 2026 e a cada ano subsequente até 2041.

    De acordo com o Tesouro Nacional, os títulos do Educa+ garantem proteção contra os efeitos da inflação, com a renda proporcionada pelo acúmulo de títulos ao longo dos anos sendo corrigida pelo IPCA, além de uma taxa real, dando mais segurança para o investidor planejar seu futuro.

    As pessoas que carregarem o investimento até a data de vencimento e receberem até quatro salários mínimos de renda mensal terão a taxa de custódia da B3 isenta.

    Já o investidor que realizar o resgate antecipado dos títulos no período inferior a 7 anos pagará taxa sobre o valor de resgate de 0,50% ao ano. Entre 7 e 14 anos, a taxa cobrada será de 0,20% a.a. e acima de 14 anos, 0,10% a.a.

    O vencimento do título só ocorre após o final dos 60 fluxos mensais de pagamentos.

    O Tesouro disponibiliza em seu site um simulador para que os pais, parentes ou tutores estimem os valores dos investimentos e o montante que será resgatado ao fim dos aportes.

    Diversificação de títulos

    O Tesouro Nacional vem diversificando a oferta de títulos com papéis de condições especiais. O Renda+ foi lançado em janeiro e é considerado um sucesso. Os investimentos no papel atingiram no dia 3 de julho mais de R$ 1 bilhão em estoque (com pouco mais de cinco meses de negociação na B3).

    O Renda+ permite ao investidor planejar uma data para aposentadoria e receber uma renda extra mensal pelo período de 20 anos. A renda, proporcionada pelo acúmulo de títulos ao longo dos anos, é corrigida mensalmente pela inflação.

    Segundo o Tesouro, o papel tem o objetivo de garantir uma renda complementar e segurança para as aposentadorias, além de trazer ganhos em educação financeira para a sociedade brasileira.

    Também no segundo semestre, o Tesouro fará sua primeira emissão de títulos públicos “verdes” — papéis que abrangem a pauta ESG. A diferença entre uma emissão comum e uma emissão “green” é o compromisso do emissor com a agenda de sustentabilidade.

    “Hoje há um grande interesse nessas pautas [voltadas ao ESG], o mundo todo quer o incentivo à transição ecológica. Com isso, os investidores aceitam uma taxa de juros um pouco menor para esses títulos — caso você acolha compromissos com essa agenda”, explica Ceron sobre a vantagem destes papéis.

    “Na emissão tradicional não há qualquer compromisso para a aplicação daquele recurso. Pagamos a taxa de juros para os investidores e acabou. Na sustentável, eu vou além, eu tenho compromissos sustentáveis”, explica Ceron.

    *Sob supervisão de Ana Carolina Nunes