Tesouro: Dívida pública sobe 1,24% em julho ante mês anterior, para R$ 5,396 tri
A dívida pública interna teve alta de 1,02% na mesma base de comparação, a R$ 5,155 trilhões
A dívida pública federal cresceu 1,24% em julho sobre o mês anterior, para R$ 5,396 trilhões, segundo dados publicados pelo Tesouro Nacional nesta quarta-feira (25).
Desse valor, a maior parte vem de dívida interna, que totalizou R$ 5,155 trilhões, alta de 1,02% na mesma base de comparação. Enquanto isso, o estoque da dívida pública externa avançou 6,26%, a R$ 240,87 bilhões.
O mês registrou a primeira emissão líquida para o período desde julho de 2009, totalizando R$ 24,4 bilhões. Ou seja, o órgão vendeu mais títulos para se financiar no mercado do que resgatou papéis já emitidos. Mesmo assim, o tesouro destaca que o volume total das captações ficou abaixo da média dos últimos meses.
Em relação à composição, houve aumento da representatividade dos títulos com taxa flutuante (35,67% sobre 35,07% em junho) e atrelados a índice de preços (27,59% ante 27,13%). Já os papéis prefixados viram sua participação cair a 32,05% da dívida, de 33,33% em junho.
Aumento no custo de emissões
O Tesouro destaca um aumento no custo médio da dívida interna, que subiu a 6,09% ao ano em julho ante 5,77% no mês anterior. Sobre isso, o órgão destaca a reação dos juros no cenário doméstico aos indicadores de inflação e ao ajuste na expectativa do mercado em relação à Selic, taxa básica da economia.
O custo médio do estoque acumulado em 12 meses também cresceu, passando a 7,64%, ante 7,18% de junho.
“A parte longa da curva teve alta superior a 60bps, com incertezas no cenário externo e preocupação dos investidores em relação à trajetória fiscal no Brasil”, disse o Tesouro.
Em agosto a curva de juros subiu até 105 pontos-base nos prazos mais longos, completa o Tesouro, também reagindo às preocupações fiscais.
“Ruídos fiscais impactaram na curva de juros, com os investidores mais receosos, o que provocou uma alta dos juros ao longo de toda curva e que se acumulou em agosto também, mas o impacto desse movimento na dívida ainda vamos observar nos próximos meses”, disse o coordenador-geral de Operações da Dívida Pública, Luis Felipe Vital, em entrevista coletiva após a divulgação do relatório.
Colchão de liquidez
A reserva de liquidez da dívida pública encerrou o mês de julho com R$ 1,160 trilhão ante R$ 1,167 bilhão
no mês anterior. Em relação ao mesmo mês do ano anterior, houve um aumento, em termos nominais, de 133,9%, diz o órgão. Nos próximos 12 meses, o Tesouro destaca que haverá vencimentos estimados em R$ 1,198 trilhão de títulos da dívida.
O órgão destaca que, diante de um contexto de maior volatilidade nos mercados, pode reduziu o volume de emissões nos leilões tradicionais ou antecipar o horário da divulgação de algumas portarias de leilão, com os lotes de títulos ofertados, para conter o excesso de volatilidade nos mercados.
“Cabe ressaltar que o nível atual do colchão de liquidez dá flexibilidade para o Tesouro ajustar o ritmo de emissão de acordo com as condições de mercado”, diz.
Em entrevista coletiva,Vital explicou que o Tesouro pode continuar reduzindo a colocação em suas emissões em dias mais voláteis, como fez em julho.
“A estratégia contribuiu para reduzir volatilidade e acalmar o mercado. Para o futuro, as colocações do Tesouro vão respeitar as condições de mercado”, disse. A normalidade das operações volta assim que as condições de mercado melhorarem, acrescentou.
Em relação à participação de estrangeiros na dívida, ele frisou que o avanço da agenda fiscal é o que de fato trará o investidor não residente de volta ao Brasil com fluxos mais relevantes.
*Com Estadão Conteúdo e Reuters