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    Tesla abre showroom em Xinjiang, região investigada por violar direitos humanos

    Região no oeste da China é suposto local de abuso e repressão brutal contra uigures do país

    Decisão pode ser controversa e destaca o quão politicamente carregada a China pode ser para as empresas ocidentais
    Decisão pode ser controversa e destaca o quão politicamente carregada a China pode ser para as empresas ocidentais REUTERS/Tingshu Wang/File Photo

    Peter Valdes-Dapenado CNN Business

    A Tesla abriu um novo showroom em Xinjiang, uma região no oeste da China que é, supostamente, local de abuso e repressão brutal contra uigures do país, minoria étnica predominantemente muçulmana.

    A região se tornou um grande hotspot geopolítico nos últimos anos e uma fonte importante de tensão entre Pequim e Washington, que efetivamente proibiu as importações de produtos feitos lá com uma lei recente.

     

     

    A empresa anunciou a abertura de sua conta verificada no Weibo, uma importante plataforma de mídia social chinesa. O novo showroom fica em Urumqi, capital de Xinjiang, onde vivem 3,5 milhões de pessoas.

    A Tesla tem uma grande presença na China e passou anos fazendo incursões com Pequim.

    Como resultado, geralmente tem recebido forte apoio do governo: em 2017, por exemplo, negociou o controle total da Gigafactory de Xangai que estava construindo, uma relação incomum na época.

    A montadora tem enfrentado alguns desafios no país recentemente, incluindo um grande recall e aumento da concorrência de fabricantes de veículos elétricos chineses. No entanto, a montadora relatou um aumento da participação de mercado na China nos primeiros três trimestres do ano passado.

    A decisão de abrir um showroom em Xinjiang, porém, pode ser controversa e destaca o quão politicamente carregada a China pode ser para as empresas ocidentais.

    Um relatório de mais de 50 especialistas em direito internacional, em março de 2021, concluiu que o tratamento dado pela China ao povo uigur atendia às definições legais de genocídio, ou tentativa combinada de erradicar, no todo ou em parte, um grupo religioso ou étnico específico.

    Acredita-se que até 2 milhões de uigures e outras minorias muçulmanas foram colocados em centros de detenção em toda a região, de acordo com o Departamento de Estado dos EUA.

    A China negou, repetidamente e com veemência, ter abusado do povo uigur ou de usá-lo para realizar trabalhos forçados. Em vez disso, as autoridades chinesas disseram que os uigures estão sendo levados para campos de reeducação para prevenir o extremismo religioso e o terrorismo.

    A região inflamou as tensões entre Washington e Pequim. Antes que qualquer produto de Xinjiang possa ser importado para os Estados Unidos, deve-se provar que não foi feito com trabalho forçado.

    “Pedimos ao governo da República Popular da China que acabe imediatamente com o genocídio e os crimes contra a humanidade contra os uigures predominantemente muçulmanos e membros de outros grupos étnicos e religiosos minoritários em Xinjiang”, disse o secretário de Estado dos EUA, Anthony Blinken, em comunicado.

    O governo chinês, por sua vez, reagiu vigorosamente às empresas internacionais que reconheceram problemas em fazer negócios em Xinjiang.

    Na semana passada, as autoridades chinesas criticaram o Walmart depois que o varejista da empresa, Sam’s Club, foi acusado de retirar produtos provenientes da região.

    A Comissão Central de Inspeção Disciplinar acusou a empresa de “estupidez” e “miopia”, mesmo quando a mídia estatal chinesa noticiou que o Sam’s Club atribuía a escassez de produtos a grande fluxo de compradores.

    A Intel, por outro lado, teve que se desculpar publicamente depois de dizer a empresas fornecedoras, em dezembro de 2021, que “é obrigada a garantir que a cadeia de suprimentos não use mão de obra, fonte de bens ou serviços da região de Xinjiang”, citando restrições do governo e perguntas de investidores e clientes.

    O pedido gerou indignação na mídia estatal chinesa e nas plataformas de mídia social do país.

    “Embora nossa intenção original fosse garantir a conformidade com as leis dos EUA, a carta causou muitas perguntas e preocupações entre nossos queridos parceiros chineses, das quais lamentamos profundamente”, disse a Intel em comunicado no Weibo.

    A sede da Tesla nos Estados Unidos não respondeu a perguntas sobre se a empresa tinha alguma preocupação em fazer negócios na região devido aos supostos abusos de direitos humanos.

    – O escritório da CNN em Pequim, Teele Rebane, Chris Isidore e a Reuters contribuíram para esta reportagem.

    Este conteúdo foi criado originalmente em inglês.

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