Surto de incêndios em fábricas ameaça funcionários e cadeia de suprimentos
Entre os países que registraram o maior número de alertas de incêndio em fábricas ano passado estão os Estados Unidos, Índia e Alemanha
![Bombeiros tentam controlar o incêndio que destruiu uma fábrica de plástico em Mayapuri em 16 de setembro de 2021 em Nova Deli, Índia. Bombeiros tentam controlar o incêndio que destruiu uma fábrica de plástico em Mayapuri em 16 de setembro de 2021 em Nova Deli, Índia.](https://preprod.cnnbrasil.com.br/wp-content/uploads/sites/12/2022/01/220127132740-factory-fire-india-0921-file-restricted.jpg?w=1220&h=674&crop=1)
O desmoronamento da cadeia de suprimentos global foi atribuído a uma infinidade de fatores –a pandemia, escassez de mão de obra e matérias-primas, preços vertiginosos de envio e eventos climáticos adversos entre eles.
Agora, adicione mais um à lista: um surto de incêndios em fábricas.
As interrupções da cadeia de suprimentos no ano passado aumentaram 88% em relação ao ano anterior, de acordo com um relatório da Resilinc, uma empresa líder global em monitoramento e gerenciamento de riscos da cadeia de suprimentos.
As seis principais causas das interrupções, segundo o relatório, foram incêndios em fábricas, fusões e aquisições, vendas de negócios, interrupções na produção, transições de liderança e escassez de suprimentos.
A Resilinc disse que registrou o maior número de incêndios em fábricas em um único ano em 2021 desde que começou a rastrear eventos de incêndio há uma década. A empresa emitiu 1.946 alertas de incêndio de fábrica verificados –um aumento de 129% em relação a 2020– para seus clientes, que incluem gigantes como IBM e GM.
O salto nos incêndios nas fábricas resultou de lacunas na supervisão regulatória e de produção, bem como na escassez de mão de obra qualificada nos armazéns, disse Bindiya Vakil, especialista em gerenciamento de risco da cadeia de suprimentos e CEO da Resilinc.
“Num ano em que a cadeia de abastecimento global já tem vários gatilhos de interrupções, a alta ocorrência de incêndios nas fábricas exacerbou a situação geral”, disse Vakil. “Um incêndio em um fornecedor pode afetar muitas indústrias.”
A pandemia, disse Vakil, provavelmente foi um dos principais contribuintes para níveis de vigilância abaixo do ideal.
“Com menos trabalhadores no local e horas reduzidas, juntamente com algumas funções remotas, coisas como manutenção preventiva e limpeza adequada entre as mudanças de turno foram impactadas”, disse ela.
“Isso pode ser especialmente perigoso em fábricas que possuem materiais perigosos e inflamáveis”.
Entre os países que registraram o maior número de alertas de incêndio em fábricas no ano passado foram Estados Unidos (425), Índia (159), Alemanha (122), Coreia do Sul (117), México (97), Reino Unido (78) e Japão (72), informou Resilinc.
As indústrias mais afetadas pelos incêndios foram a fabricação de automóveis, alimentos e bebidas, aeroespacial, ciências da vida e mobiliário doméstico, segundo o relatório.
Vakil disse que teme que outras interrupções possam continuar a perturbar a cadeia de suprimentos global em 2022. “As coisas podem piorar com o conflito Rússia-Ucrânia”, disse o CEO.
“A Rússia é um importante fornecedor global de várias commodities e matérias-primas.”