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    Startups podem receber recorde de US$ 20 bilhões em 2021, aponta estudo

    Levantamento aponta ainda que aportes em empresas tecnológicas latino-americanas emergentes na primeira metade deste ano somaram US$ 9,3 bilhões

    Por Aluisio Alves, da Reuters

    Negócios baseados em tecnologia na América Latina podem receber um volume recorde de investimentos de cerca de US$ 20 bilhões em 2021, à medida que taxas de juros globais baixas motivam investidores a fazerem apostas cada vez maiores em startups da região, segundo estudo divulgado nesta quinta-feira (23).

    Segundo levantamento feito pela consultoria Atlantico, aportes em empresas tecnológicas latino-americanas emergentes na primeira metade do ano somaram US$ 9,3 bilhões, mas esse montante deve ser superado com folga na segunda metade do ano.

    Se confirmado, esse patamar seria quase quatro vezes os volumes movimentados nesse segmento em 2020 e 2019, com US$ 5,3 bilhões cada.

    O número de startups investidas também deve ser recorde, chegando a cerca de 800, ante 526 no ano passado e 614 em 2019, de acordo com a Atlantico.

    Por segmentos, o financeiro segue liderando, respondendo por cerca de 40% dos valores captados, com destaque para bancos digitais brasileiros Nubank, C6 e Neon.

    Como consequência desse movimento, o número de unicórnios, jargão do mercado para startups avaliadas em ao menos US$ 1 bilhão, tem se multiplicado rapidamente na América Latina. Segundo a Atlantico, eram quatro em 2018, subiram a 18 no ano passado e devem chegar a 26 até dezembro próximo.

    Segundo o sócio da Atlantico, Julio Vasconcellos, a percepção de que ainda há oportunidades na região em serviços ainda poucos explorados, como seguros, moedas digitais, crédito imobiliário e e-commerce tende a manter os aportes em startups crescendo por algum tempo.

    “Alguém pode argumentar que tem uma exuberância, mas algumas startups já estão perto de dar lucro”, disse Vasconcellos, o que justificaria em crescimento sustentável de vários negócios.

    Os dados mostram como a América Latina rapidamente se tornou o destino mais cobiçado de grandes investidores globais em negócios de tecnologia, uma vez que o isolamento social adotado para conter a pandemia da Covid-19 desde o ano passado acelerou fortemente a migração de negócios para o ambiente online.

    Na semana passada, o japonês SoftBank lançou um fundo de US$ 3 bilhões para investir em empresas de tecnologia na América Latina, tentando repetir o sucesso de seu primeiro fundo de 5 bilhões na região.

    Esse fluxo de recursos tem alimentado planos bilionários de expansão por parte de gigantes de ecommerce que preveem que o mercado da América Latina poderá quadruplicar nos próximos anos, até níveis em que as vendas online em relação ao total atinjam patamares similares aos da China, onde já beiram 50%.

    O Mercado Livre prevê fechar 2021 com oito centros de distribuição no Brasil e inaugurar mais um em 2022, usando parte de seu investimento previsto para 2021, de R$ 10 bilhões.

    E o Magazine Luiza pretende dobrar sua área de logística de entregas até 2023 para 2 milhões de metros quadrados, com 450 centros de distribuição e a inauguração de mais 341 lojas.

     

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