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    Startup quer ser o “Netflix dos aluguéis”: como funciona o modelo por assinatura

    Já pensou em alugar um apartamento com a mesma facilidade que você faz check-in em um hotel? É o que a Housi quer oferecer

    Aline Macedo, , do CNN Brasil Business, em São Paulo*

    Quem nunca sonhou em ter todos os gastos da casa, desde as contas básicas como luz, gás e água e outros como, internet wifi, TV a cabo e até o Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU) pagos em apenas um boleto? Ou melhor, em apenas um clique?  

    Esse é o modelo de moradia adotado pela Housi, uma plataforma online de locação e gestão de imóveis. Na verdade, é uma grande aposta da companhia. A startup foi criada em 2018 como um negócio da construtora Vitacon. Mas hoje opera de maneira independente – e quase abriu capital na bolsa no ano passado. 

    Mas como funciona? A ideia do CEO da companhia, Alexandre Frankel, é que seja tão fácil alugar um apartamento pela plataforma que o ato se assemelhe a dar um check-in em um hotel.  

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    Quem já alugou um apartamento sabe a dificuldade: é preciso visitar o imóvel, ver se não há nenhum problema, negociar com o proprietário, esperar eventuais manutenções, assinar o contrato e leva-lo para o cartório, pedir para ligar a luz e a internet, além de uma série de outras pequenas intervenções. Ou seja, não é nada fácil.  

    Por isso, segundo Frankel, a Housi promete que todo esse processo seja realizado em até 24 horas. Ou seja, a pessoa terá a chave ou a senha de acesso ao seu apartamento em apenas um dia. O necessário? Apenas a apresentação de um documento com foto. 

    O negócio da Housi está crescendo. Localizado em 14 cidades do país, a empresa possui mais de 70 prédios com apartamentos de seis a 33 metros quadrados.  

    Além disso, há a facilidade de os pagamentos serem pelo cartão de crédito ou transferência bancária. Por último, também são permitidas trocas de apartamentos quando quiser – não há quebra de contrato nesse caso. Então se a pessoa enjoar do local e quiser mudar para um lugar maior ou menor, é só trocar – e pagar o valor condizente do novo espaço.

    O cancelamento também é simplifcado, segundo a Housi. Se a pessoa, por exemplo, aluga um imóvel por até três meses, não é necessário nenhum pagamento de multa ao sair do imóvel. No entanto, é necessário avisar a empresa com, pelo menos, cinco dias de antecedência.

    Porém, quando os contratos ficam acima de 3 meses, uma multa é cobrada.

    Quanto custa? 

    Os valores variam muito de uma região para a outra. Por exemplo, é possível encontrar um apartamento no centro da capital paulista por R$ 2,4 mil por mês. Já na região da Vila Olimpia, que é um bairro mais valorizado em São Paulo, o apartamento com a mesma metragem o preço aumenta para R$ 4,9 mil.

    No pacote, é até incluso serviços de streaming de vídeo, como Netflix e a Amazon Prime Vídeo.  

    Mas há também custos adicionais. Ao contrário de um hotel, a limpeza do imóvel é de responsabilidade do locatário. Porém, se a pessoa optar por diarista, pagará R$ 130 por faxina. 

    Vale a pena? 

    A pandemia fez o preço dos aluguéis caírem. Segundo o índice QuintoAndar, divulgado na terça-feira (5), a capital paulista registrou queda de 6,26% no valor médio do aluguel residencial entre janeiro e dezembro de 2020.  

    “Além da pandemia, outros fatores podem ter contribuído para esses valores, como a alta do IGP-M (índice que reajusta os aluguéis), especialmente nos últimos meses do ano”, explica Paiva. “Percebemos que a negociação tem sido maior entre inquilinos e proprietários, já com a intenção de se prevenir contra a alta do IGP-M”. 

    Logo, buscar por novas oportunidades ficou mais barato. Em São Paulo, por exemplo, alugar um apartamento no centro ficou quase 30% mais barato em 2020 em comparação a 2019. Já no Rio de Janeiro, os badalados bairros da Lagoa, Santa Teresa e Ipanema tiveram redução média de 15%. 

    Mas quem busca esse modelo da Housi quer mais conforto. E parece que é uma tendência que deve pegar, segundo Alberto Ajzental, coordenador do curso de Negócios Imobiliários da Fundação Getulio Vargas.

    “Esse tipo de negócio já é uma realidade no exterior e está crescendo no Brasil, pois as pessoas estão em busca de menos burocracia e mais facilidade na hora de morar”, diz Ajzental. No entanto, ele não acredita que esse modelo é restrito às regiões centrais das grandes metrópoles por causa dos valores mais altos.

    Não à toa, Frankel admite que a expansão do seu negócio para os bairros periféricos não é um interesse. Segundo ele, a priori, o foco está nos bairros mais próximos do centro pela diversidade do público e por ser regiões mais acessíveis.

    *(sob supervisão de André Jankavski) 

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