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    Só 4 CEOs da Fortune 500 são negros. Veja como 3 deles abordam a morte de Floyd

    Presidentes negros de 3 empresas que estão entre as maiores dos EUA falaram sobre desigualdade racial

    Manifestantes protestam em Nova York contra a morte de George Floyd
    Manifestantes protestam em Nova York contra a morte de George Floyd Foto: Mike Segar - 01.jun.2020 / Reuters

    Vanessa Yurkevich,

    do CNN Business, em Nova York

    Apenas quatro CEOs negros dirigem empresas listadas pela Fortune 500 nos Estados Unidos (lista com as maiores corporações dos EUA por receita): Marvin Ellison, da Lowe (LOW); Kenneth Frazier, da Merck (MRK); Roger Ferguson, da TIAA; e Jide Zeitlin, da Tapestry (TPR).

    Três deles falaram sobre desigualdade racial após a morte de George Floyd.

    “Isso é pessoal”

    Na segunda-feira, Jide Zeitlin, CEO do conglomerado de artigos de luxo Tapestry, dona de marcas como Kate Spade, Coach e Stuart Weitzman, postou uma mensagem pessoal no LinkedIn para seus funcionários.

    “Sentei-me várias vezes para escrever esta carta, mas tive de parar o tempo todo. Meus olhos se enchem de lágrimas. Isso é pessoal”, escreveu Zeitlin.

    O CEO da Tapestry informou que lojas em todo o país, de Nova York a São Francisco, foram danificadas, mas que considerara a destruição secundária à questão mais ampla. “Podemos substituir nossas janelas e bolsas, mas não podemos trazer de volta George Floyd, Ahmaud Arbery, Breonna Taylor, Eric Garner, Trayvon Martin, Emmett Till e muitos outros. Cada uma dessas vidas negras importa”, escreveu.

    De acordo com Zeitlin, a Tapestry está fazendo mudanças para tratar as desigualdades, e no fim de semana a diretoria trabalhou para “reunir várias entidades de justiça social, jurídica e corporativa para formular um plano de longo prazo para lidar com a desigualdade sistêmica” em áreas como saúde, oportunidade econômica e segurança pública.

    “Esperamos nos unir ao governo, mas os eventos da semana passada deixaram claro que não podemos esperar mais”, opinou.

    Nascido na Nigéria, filho de mãe solteira, Zeitlin foi adotado aos 5 anos por uma família norte-americana que morava no país africano e empregava sua jovem mãe. Ele trabalhou 20 anos na Goldman Sachs (GS) antes de entrar na Tapestry.

    “Medo e frustração”

    O CEO da Lowe, Marvin Ellison, postou uma carta para sua equipe no sábado, 30 de maio.

    “Cresci no sul segregado e lembro de histórias que meus pais contavam sobre viver no sul sob [as leis segregacionistas] Jim Crow”, escreveu Ellison. “Tenho uma compreensão pessoal do medo e da frustração que muitos de vocês estão sentindo.”

    Ellison reiterou a tolerância zero da empresa ao racismo e seu compromisso de promover um ambiente seguro. De acordo com o comunicado, a diretoria terá novos recursos para reforçar o apoio aos funcionários e às comunidades.

    “Na Lowe’s, estamos comprometidos em ajudar as pessoas a melhorar suas casas. Hoje reconhecemos que nossas casas se estendem além de nossos muros e abrangem nosso bairro, nossas comunidades e nosso país”, disse Ellison.

    George Floyd ‘poderia ser eu’

    O CEO da Merck, Ken Frazier, disse à CNBC na segunda-feira, 1º de junho, que ele poderia ser facilmente George Floyd.

    “O que a nossa comunidade vê nesse trecho de vídeo é que esse afro-americano, que poderia ser eu ou qualquer outro, está sendo tratado como alguém inferior a um ser humano”, disse Frazier no programa “Squawk Box” da CNBC.

    Frazier cresceu no centro da cidade da Filadélfia na década de 1960, época em que Martin Luther King Jr. liderava manifestações pelos direitos civis. O executivo contou que fazia parte de um grupo pequeno de crianças escolhidas pela cidade para serem transportadas de ônibus, em viagem de uma hora e meia, até escolas brancas e assim obter “uma educação rigorosa” – ele foi um dos únicos nove estudantes negros da instituição.

    O CEO da Merck reconhece ter sido um dos sortudos, com oportunidade para seguir uma trajetória diferente na vida. Mas observou que as “grandes lacunas de oportunidades” existem até hoje.

    “É da responsabilidade das empresas norte-americanas preencher essas lacunas”, afirmou. “Se não tentarmos criar oportunidades para essas pessoas serem empregadas, o desemprego vai criar desesperança”.

    A TIAA não respondeu ao nosso pedido de entrevista.

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