Setor público consolidado registra superávit de R$ 126 bi em 2022, aponta BC
No mesmo período de 2021, União, estados e municípios haviam registrado superávit de R$ 64,7 bilhões
O setor público consolidado, que engloba os governos federal e regionais, registrou um superávit primário de R$ 126 bilhões em 2022, no melhor fechamento anual desde 2011, informou o Banco Central nesta segunda-feira (30).
O saldo acumulado em 12 meses equivale a 1,28% do PIB. Considerando esse indicador, o resultado foi o mais forte desde 2013, quando encerrou o ano em 1,71% do PIB.
O governo central e as empresas estatais apresentaram, respectivamente, superávits de R$ 54,9 bilhões e de R$ 6,1 bilhões, em 2022. Os governos regionais registraram o resultado superavitário de R$ 64,9 bilhões.
Foi o segundo ano consecutivo de contas do setor público no azul. No ano anterior, o resultado do setor público havia sido superavitário em R$ 64,7 bilhões.
A melhora no resultado fiscal levou a dívida bruta do país a encerrar o ano em 73,5% do PIB, melhor resultado desde julho de 2017, quando a proporção estava em 73,2% do PIB.
O dado representa uma melhora de 4,8 pontos percentuais em relação a dezembro de 2021, quando a dívida bruta estava em 78,3% do PIB. O pico desse indicador foi registrado em outubro de 2020, ao bater 87,6% do PIB em meio a uma disparada de gastos emergenciais do governo para enfrentar a pandemia de Covid-19.
A dívida líquida, por sua vez, foi a 57,5% do PIB em dezembro, contra patamar de 55,8% no mesmo mês de 2021.
Juros nominais
Os juros nominais apropriados do setor público consolidado somaram R$ 586,4 bilhões (5,96% do PIB) em 2022, enquanto no ano de 2021, esse valor foi de R$448,4 bilhões (5,04 do PIB). Considerando os juros nominais apropriados, o resultado nominal do setor público consolidado foi deficitário em R$ 460 bilhões no ano passado.
O Banco Central destaca ainda que “com o superávit primário de 2022, 1,28% do PIB, o setor público consolidado manteve a trajetória de melhoria do resultado primário observada desde 2017, interrompida somente em 2020, em função dos impactos econômicos e sociais da pandemia”.
*Com informações da Reuters