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    Setor de serviços registra leve queda de 0,1% em janeiro após dois meses de alta

    Leve retração vem após um ganho acumulado de 4,7% nos dois últimos meses do ano passado; dados foram divulgados pelo IBGE nesta quarta-feira (16)

    Barbeiro em São Paulo
    Barbeiro em São Paulo Getty Images / Miguel Schincariol / Correspondente

    Ligia Tuondo CNN Brasil Business

    O setor de serviços registrou em janeiro leve queda de 0,1% em relação a dezembro, interrompendo dois meses de alta, informou o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta quarta-feira (16).

    Na comparação com janeiro de 2021, o volume de serviços, avançou 9,5%, o que representa a 11ª taxa positiva seguida.

    O mercado esperava alta de 0,2% na comparação mensal e de 9,3%, na anual.

    O segmento de tecnologia da informação e serviços prestados às famílias foram os destaques negativos do mês.

    A leve retração vem após um ganho acumulado de 4,7% nos dois últimos meses do ano passado. Apesar do resultado negativo, o estudo destaca um predomínio absoluto de taxas positivas no processo de recuperação que o setor de serviços vem apresentando desde junho de 2020.

    “São 15 positivas contra 5 negativas, ou seja, uma larga base de comparação, o que faz com que, vez ou outra, o setor mostre algum tipo de acomodação”, explica o gerente da pesquisa, Rodrigo Lobo. Ele destaca, no entanto, que ainda não é possível saber se o resultado marca um ponto de inflexão da série ou apenas uma tomada de fôlego.

    / IBGE

    Grupos

    Três das cinco atividades investigadas tiveram retração no mês de janeiro. Entre as quedas, o IBGE destaca serviços de informação e comunicação, que recuaram 4,7% no período, segunda taxa negativa seguida. Nessa atividade, o segmento de tecnologia da informação caiu 8,9%, e o de telecomunicações, 1,1%.

    O segmento de tecnologia da informação contribuiu decisivamente para o resultado do setor em janeiro, destaca Lobo.

    “É o segmento que mais se destaca desde janeiro de 2011, com aumento do ritmo de crescimento a partir de maio de 2020, alcançando em dezembro de 2021 o ponto mais alto da série. Apesar dessa queda, o saldo dos últimos 3 meses ainda é positivo em 2,4% e, em relação ao patamar pré-pandemia, o segmento está 35,9% acima”, diz.

    Serviços prestados às famílias tiveram o segundo maior impacto negativo, segundo o instituto, com queda de 1,4% em janeiro. “O setor foi o mais afetado pela pandemia em função de seu caráter de atividades presenciais e vem mostrando um processo de recuperação consistente”.

    Mesmo com a queda, porém, o saldo ainda é “largamente positivo desde que se iniciou o processo de recuperação, em junho de 2020”, diz Lobo.

    Essa atividade vem de uma sequência de nove taxas positivas, com um crescimento acumulado de 60% entre abril e dezembro do ano passado. Apesar disso, ainda se encontra 13,2% abaixo de fevereiro de 2020 e 23,3% abaixo do ponto mais alto da série, em outubro de 2013, destaca o estudo.

    Do lado das altas, estão transportes, que cresceram 1,4% em janeiro, terceiro resultado positivo seguido. Com isso, essa atividade acumula alta de 6,6% nos últimos três meses, ficando 13,1% acima de fevereiro de 2020 e 2,7% abaixo do pico da série, em fevereiro de 2014 .

    “Esse crescimento vem do transporte rodoviário de carga e da parte de logística de transporte e armazenagem de mercadoria, muito por conta do boom do comércio eletrônico, trazendo o setor de transporte para o maior nível desde novembro de 2014”, diz Lobo.

    Outra atividade destacada pelo IBGE do lado das altas são os serviços profissionais, administrativos e complementares, que cresceram 0,6% em janeiro, com uma sequência de três taxas positivas, acumulando ganho de 5,3%.

    A atividade encontra-se 1,4% acima do patamar de fevereiro de 2020 e 19,5% abaixo do ponto mais alto de sua série, em julho de 2012 e setembro de 2014.