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    Setor de serviços cresce, mas pode ter novo recuo sem ajuda do governo

    Transportes e correio puxaram alta de 3,7% em fevereiro, mas especialistas reforçam a importância de auxílio governamental para evitar queda nos próximos meses

    Adriana de Luca, da CNN, em São Paulo

    O setor de serviços cresceu 3,7% em fevereiro, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Com o número, a categoria supera pela primeira vez o nível registrado antes da pandemia da Covid-19. Entretanto, o setor, afetado pelas recentes medidas de restrição, ainda aguarda os benefícios emergenciais prometidos pelo governo.

    Em nove meses seguidos de taxas positivas, o setor agora acumula crescimento de 24%, se recuperando assim da perda de 18,6% registrada nos meses de março a maio do ano passado. As atividades de transportes e correio ajudaram a impulsionar o indicador. O que, segundo especialistas, tem relação com as vendas do e-commerce.

    “É desde uma compra que utiliza estes aplicativos para entrega até compra de alimentos que utiliza aquele transporte de curta distância para fazer entrega”, avalia o economista da FGV, Joelson Sampaio.

    Só que os números de fevereiro ainda não refletem o avanço da pandemia. Foi a partir de março que as medidas de isolamento social começaram a ficar mais rigorosas em vários estados do país. Em São Paulo, por exemplo, a fase vermelha começou no dia 6. Com a queda de faturamento, muitos donos de bares e restaurantes não veem outra alternativa se não demitir funcionários e fechar o negócio.

    O setor de serviços é responsável por 70% do PIB brasileiro. Em 2020, o Ministério da Economia lançou o Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda e o Benefício Emergencial (BEm), que paga parte dos salários dos funcionários para evitar demissões. Mais de 343 mil empresas de serviços foram beneficiadas em todo o país.

    Para o presidente do Conselho Estadual da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes de São Paulo (Abrasel-sp), a volta do BEm e do Pronampe, Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte, é fundamental. “Isso ajuda a manter o emprego, então é um problema que não é só dos restaurantes. É um problema social e é um problema também do governo”, diz Percival Maricato.

    Funcionário higieniza mesas para reabertura de restaurantes
    Funcionário higieniza mesas para reabertura de restaurantes após fase de restrições da pandemia de Covid-19
    Foto: Irfan Khan/Los Angeles Times via Getty Images

    Segundo o Ministério da Economia, está em estudo um novo programa de manutenção de emprego e renda para 2021. Sobre o Pronampe, o ministério afirma que está em tramitação no Congresso um projeto de lei que permite o uso do programa de forma permanente. Porém, se nada for feito o quanto antes, a expectativa para o próximo mês não é nada boa.

    “É esperado que o resultado de março para serviços seja um resultado menor, um resultado pior do que o que a gente tem observado”, prospecta Sampaio.