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    Setor de carnes reporta dificuldades com parada de fiscais e teme efeito nas prateleiras

    Mobilização dos auditores fiscais já deixa mais de 1,9 mil caminhões parados em Foz do Iguaçu (PR), nos dois lados da fronteira entre Brasil e Paraguai

    Açougueiro descarrega carne de um caminhão do lado de fora de um açougue em São Paulo, Brasil
    Açougueiro descarrega carne de um caminhão do lado de fora de um açougue em São Paulo, Brasil 27/07/2017 REUTERS/Paulo Whitaker

    Danilo MoliternoDébora OliveiraLarissa Coelhoda CNN

    A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) afirmou por meio de nota nesta quarta-feira (21) que o setor está enfrentando dificuldades diante da recente mobilização dos Auditores Fiscais Federais Agropecuários (AFFAs).

    A mobilização dos auditores fiscais já deixa mais de 1,9 mil caminhões parados em Foz do Iguaçu (PR), nos dois lados da fronteira entre Brasil e Paraguai. A informação é do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais Federais Agropecuários (Anffa Sindical).

    Segundo o setor, a operação atrasa a emissão de Certificados Sanitários Internacionais (CSIs) para embarques de produtos.

    “De imediato, a operação coloca em risco cargas vivas e compromete a importação e exportação de material genético, que são altamente sensíveis ao tempo de trânsito. No curto prazo, o retardo das linhas de produção provocado pelo movimento poderá impactar a oferta de produtos”, diz a nota.

    A Anffa Sindical confirmou que se reunirá com o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, às 13h nesta quarta-feira para tratar do assunto. Em seu posicionamento, a ABPA ressalta “constante disponibilidade do titular da pasta em buscar uma solução que reduza os impactos à produção de alimentos do Brasil”.

    Em entrevista à CNN, o presidente da associação, Ricardo Santin, afirmou que o setor apoia as reivindicações dos auditores: “Somos uma cadeia única, em que os fiscais colaboram”. Mas destacou que é necessário garantir que o setor possa “produzir comida”.

    “O atraso impacta não só as exportações, mas também em transportes internos, que impacta toda a cadeia de suprimento. E isso, no médio prazo, pode levar à falta de produtos nas prateleiras”, disse.

    Segundo Santin, os maiores impactos, no momento, estão no transporte de cargas vivas. Tanto a importação quanto a exportação de material genético avícola, por exemplo, são pontos de atenção.

    A paralisação

    A mobilização, também chamada de “Operação Pente-Fino” foi deflagrada pelos trabalhadores no fim de janeiro, mas intensificada nesta segunda-feira (19), após a categoria rejeitar a proposta do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI). A votação obteve 2015 votos, com 98% de reprovação da proposta.

    Segundo o presidente do Anffa Sindical, Janus Pablo, o número expressivo de votos que rejeitam a proposta apresentada é uma mensagem para o governo federal de que a carreira merece ser valorizada.

    “A carreira necessita de uma valorização do tamanho que o setor agropecuário representa. Precisamos de uma carreira moderna e bem estruturada para atender, com excelência, as demandas do setor”, afirma. “Seguimos firmes e fortes, coesos e unidos, em busca da valorização da carreira por meio da valorização”, conclui.

    Ainda de acordo com Janus Pablo, algumas tarefas não estão incluídas na operação, são elas: cargas vivas e perecíveis; diagnóstico de doenças e pragas de controle do MAPA; e certificados veterinários internacionais para viagem de animais de companhia.

    Em nota à CNN, o MGI destacou que concedeu reajuste linear de 9% aos servidores em 2023, que tendo um impacto “cheio” neste ano. Também informou que iniciou debate sobre reajuste para o ano de 2024, com mesas para tratar de carreiras específicas.

    “A recomposição da força de trabalho na Administração Pública Federal, para recuperar a capacidade de atuação do governo para a execução de políticas públicas, é pauta prioritária do Ministério da Gestão, que vem atuando dentro do possível e dos limites orçamentários para atender às demandas dos órgãos e entidades do Executivo Federal”, disse.