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    Setembro deve ser terceiro mês seguido de deflação, diz economista da FGV

    Recuo dos preços deve ser puxado pela gasolina e pelos alimentos in natura

    Pauline Almeidada CNN

    Rio de Janeiro

    Setembro deve ser o terceiro mês seguido de deflação, segundo prevê André Braz, coordenador do Índice de Preços do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV/Ibre). Para o especialista, a variação deve ser de -0,3%, após -0,68% em julho e -0,36% em agosto.

    O resultado oficial do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) será divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) às 9h desta terça-feira (11).

    Braz aponta que a alimentação será um dos grupos com recuo nos preços, especialmente frutas, legumes, verduras, carnes, café, leite e derivados.

    O leite longa vida acumula alta de 74,68% no ano até agosto. O produto já havia iniciado uma queda na pesquisa anterior do IBGE e deve seguir a tendência de baixa em setembro, por conta do fim do período de entressafra.

    Com a volta da chuva, a pastagem, alimento do gado, tem uma melhora na qualidade e o clima também contribui para a queda no preço da ração, que tem os grãos como matéria-prima.

    Além dos alimentos, segundo o economista André Braz, novamente, a gasolina vai ser uma das principais causas da deflação mensal. O recuo é motivado pelas diminuições no preço anunciadas pela Petrobras entre agosto e setembro.

    “A taxa negativa não é por um efeito generalizado, não existe uma queda generalizada no nível de preços. O que existe são quedas em cima de itens que pesam muito, como a gasolina, por exemplo”, explica.

    Na última semana, a gasolina registrou a 15ª semana seguida de queda nos postos dos combustíveis. O boletim da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis apontou uma redução de R$ R$ 4,81 para R$ 4,79.

    Braz, porém, avalia que a gasolina pode passar a reverter a deflação em breve. “O preço do barril do petróleo já começa a subir sob influência dessa redução da oferta anunciada pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep). Isso já pode fazer com que a Petrobras tome uma decisão diferente, não mais queda, mas alta no preço da gasolina para alinhar com o mercado internacional”, colocou.

    Para outubro, o economista estima uma inflação perto de 0% ou pouco acima, enquanto para novembro, projeta que o índice deve voltar a acelerar.

    Nesta segunda-feira (10), pela 15ª semana consecutiva, o Boletim Focus trouxe a revisão da inflação prevista para 2022 pelo mercado. Desta vez, o índice caiu de 5,71% ante a projeção anterior de 5,74%.

    O centro da meta oficial para inflação neste ano é de 3,5%, segundo definição do Conselho Monetário Nacional, com margem de tolerância de 1,5 p.p. para mais ou menos.