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    Serviços perdem força em janeiro com menor confiança em um ano e meio, mostra PMI

    Produção e novos negócios do setor registraram aumentos mais fracos em 20 meses

    Consumidores em bar do Rio de Janeiro
    Consumidores em bar do Rio de Janeiro Reuters/Pilar Olivares

    Por Camila Moreira, da Reuters

    O crescimento da atividade de serviços do Brasil perdeu fôlego em janeiro, quando a produção e os novos negócios do setor registraram os aumentos mais fracos em 20 meses, mostrou uma pesquisa nesta sexta-feira (3) que apontou ainda menor confiança nos negócios.

    O Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) divulgado nesta sexta-feira pela S&P Global mostrou queda para 50,7 em janeiro, de 51,0 em dezembro.

    O resultado acima de 50 mostra expansão do setor pelo 20º mês seguido, mas no ritmo mais fraco neste período. Enquanto alguns entrevistados mencionaram aumento das vendas e conquista de novos clientes, outros citaram a demanda fraca por seus serviços.

    “O setor de serviços do Brasil conseguiu manter a cabeça acima da água no início de 2023, sustentando o crescimento de novos negócios e produção quando foram registradas contrações no setor industrial”, disse Pollyanna De Lima, diretora associada de economia da S&P Global Market Intelligence, destacando que uma retomada iminente no curto prazo parece “altamente improvável”.

    O volume de novos pedidos continuou a crescer no primeiro mês do ano, mas o ritmo de expansão foi o mais baixo desde maio de 2021.

    Janeiro também foi marcado por incertezas em relação à economia e às políticas públicas, o que derrubou a confiança nos negócios para o nível mais baixo em um ano e meio.

    Ainda assim, os fornecedores de serviços estavam confiantes de que a retomada de novos negócios e de investimentos, a contenção da inflação e a redução dos custos de empréstimos podem impulsionar a produção ao longo dos próximos 12 meses.

    Em janeiro, no entanto, a fraqueza da demanda, esforços de reestruturação e a incerteza do mercado provocaram a segunda queda mensal consecutiva do emprego no setor, acima da taxa vista em dezembro.

    Em relação à inflação, o aumento dos preços de insumos acelerou em janeiro, sob pressão do câmbio, de contas salariais mais elevadas e da retomada do ICMS sobre as vendas.

    Os preços cobrados pela prestação de serviços também aumentaram, chegando a uma sequência de 27 meses de inflação no setor, com a taxa marcando o nível mais alto desde agosto passado e ultrapassando a sua média de longo prazo.

    Com a atividade de serviços ainda crescendo em janeiro, mas com a atividade industrial do Brasil marcando o terceiro mês seguido de contração, o PMI Composto subiu de 49,1 em dezembro para 49,9 no mês passado, apenas uma fração abaixo da marca de 50,0 que separa contração de crescimento.