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    Será difícil mercado voltar a acreditar nesse governo, diz professor da FGV

    Segundo o professor Mauro Rochlin, há receio de que esse tipo de iniciativa de “furar o teto” se torne algo recorrente, criando um descontrole fiscal do país

    Da CNN

    Em São Paulo

    O professor de economia da Fundação Getulio Vargas (FGV), Mauro Rochlin, avalia que será difícil o mercado financeiro voltar a acreditar que o governo de Jair Bolsonaro (sem partido) tem qualquer tipo de compromisso com a austeridade fiscal.

    A declaração do especialista vem após quatro secretários do Ministério da Economia pedirem demissão na quinta-feira (21), entre eles Bruno Funchal, secretário do Tesouro e Orçamento, e Jeferson Bittencourt secretário do Tesouro Nacional. Apesar de o motivo alegado ter sido “questões pessoais”, a motivação teria sido a discordância sobre o valor de R$ 400 do Auxílio Brasil e a fonte de custeio. Na quarta (20), o ministro Paulo Guedes declarou que considerava alocar R$ 30 bilhões fora do teto para bancar os R$ 400 do novo auxílio.

    “O que está em jogo não são os R$ 30 bilhões a mais ou além do que isso para o Auxílio Brasil. O que está em jogo é a credibilidade, a confiança. Ao meu ver, o que o governo fez foi quebrar o copo de cristal. O copo está trincado e não vai ter conserto”, avaliou Rochlin à CNN.

    Segundo o professor, há receio de que esse tipo de iniciativa de “furar o teto” se torne algo recorrente, criando um descontrole fiscal do país, já que, ele diz, não podemos avaliar apenas um evento, mas olhar em perspectiva, pois, o que está em jogo, é a credibilidade do governo e a sustentabilidade fiscal e todos os efeitos – como alta de dólar.

    Rochlin disse não conseguir não ver esse episódio como um “fura teto”, que pode representar um descontrole fiscal, o que pode ser ‘perigoso’ para um país na situação do Brasil. “Temos uma dívida muito alta, a chamada relação dívida-PIB (Produto Interno Bruto) nas alturas, o governo gastando muito mais do que é capaz de arrecadar, e a dívida que o governo carrega é uma dívida que será reajustada com juros cada vez maiores.”

    (*com informações de Ana Carolina Nunes e Anna Russi, da CNN)