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    Secretária de Comércio dos EUA fará viagem diplomática à China em momento de relação fragilizada entre os dois países

    Além de crise política, ambos países enfrentam situação econômica delicada

    Kylie AtwoodJeremy Diamondda CNN*

    A secretária de Comércio dos EUA, Gina Raimondo, visitará a China entre os dias 27 e 30 de agosto, num momento em que a segunda maior economia do mundo enfrenta dificuldades para se recuperar.

    A economia chinesa tem apresentado um crescimento lento. Economistas e analistas de mercado temem que a crise se espalhe além das fronteiras do país.

    A viagem diplomática também tem objetivo de suavizar a relação entre Pequim e Washington, em momento delicado entre o Governo Biden com a China e seus líderes.

    Economia em ‘gelo fino’

    Os preços ao consumidor na China estão caindo, a crise imobiliária está se aprofundando, as exportações estão caindo, o desemprego juvenil está em um nível recorde e o mercado de ações de Hong Kong caiu mais de 20% desde o pico de janeiro.

    Além disso, na semana passada, o yuan caiu para o nível mais baixo em 16 anos.

    Esses fatores poderiam ajudar a controlar a inflação nos Estados Unidos, contudo, a fraqueza da segunda maior economia do mundo aumenta o risco de uma recessão.

    As autoridades chinesas estão tentando conter a situação com estímulos, seja reduzindo as taxas de juros ou tentando fortalecer o mercado imobiliário.

    Para os economistas, o governo do presidente Xi Jinping não foi longe o suficiente, e sua intervenção carece da força do programa de estímulo que ajudou a economia da China a se recuperar da crise financeira global de 2008.

    Apesar da tentativa de promover impulsos, o país do leste asiático continua a pressionar as empresas americanas e estrangeiras que fazem negócios no país.

    EUA X China

    Além disso, Pequim está na mira das preocupações de governos estrangeiros. Os esforços da China com tecnologias de IA e vigilância incomodam, principalmente, os Estados Unidos por questões de segurança nacional.

    A viagem da secretária de Comércio a Pequim e Xangai seguirá visitas recentes de vários outros funcionários do Governo Biden, incluindo o secretário de Estado Antony Blinken, a secretária do Tesouro Janet Yellen e o enviado especial dos EUA para mudanças climáticas John Kerry.

    Em novembro de 2022, o próprio presidente Joe Biden esteve reunido com Xi na Indonésia, antes da cúpula do G20.

    “A secretária Raimondo espera discussões construtivas sobre questões relacionadas à relação comercial EUA-China, desafios enfrentados pelas empresas dos EUA e áreas de cooperação potencial”, afirmou em anúncio o Departamento do Comércio na terça-feira (22).

    Segundo o departamento, Raimondo se reunirá com altos funcionários do governo chinês e líderes empresariais dos EUA.

    Juntamente com o Departamento do Tesouro e o Escritório do Representante de Comércio dos Estados Unidos, o Departamento de Comércio de Raimondo ajuda a definir a política comercial global do país – um ponto crítico nas relações EUA-China desde que a administração Trump aumentou as tarifas de produtos provenientes da China.

    Manutenção do diálogo

    Em visitas anteriores, outros funcionários do governo Biden pretendiam reabrir as linhas de comunicação e aliviar as tensões que aumentaram entre os dois países nos últimos anos.

    O Governo Biden disse que deseja manter o diálogo com a China para evitar que a competição se transforme em conflito.

    No entanto, ambos os países continuam a corroer os laços econômicos vitais que conectam as duas maiores economias do mundo.

    No início de agosto, a Casa Branca detalhou novas regras que limitam os investimentos dos EUA em indústrias de tecnologia avançada na China, incluindo a fabricação de chips.

    Do outro lado, Pequim tem demonstrado crescente desconfiança em relação a empresas estrangeiras, mesmo quando vários altos funcionários se propuseram a investir na China em meio a desaceleração econômica.

    Na última terça-feira, a China multou o Mintz Group, uma empresa americana de due diligence corporativa, em cerca de US$ 1,5 milhão (R$ 7,47 milhões) por supostamente realizar trabalho estatístico não aprovado no país.

    No final de abril, Pequim endureceu sua lei anti-espionagem e ampliou a lista de atividades consideradas suspeitas, aumentando os riscos para empresas internacionais.

    A visita de Raimondo também ocorre logo após a revelação de que hackers baseados na China se infiltraram nos e-mails da secretária de Comércio.

    Veja também: EUA, Japão e Coreia do Sul se reúnem em cúpula para fazer frente diante da China

    *Com informações de Laura He, da CNN Internacional

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