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    Seca histórica reduz nível de rio e prejudica comércio exterior do Paraguai

    Rio Paraguai é usado para o transporte de grãos e outros produtos, mas seca dificulta escoamento

    Especialistas estimam que seca deve se estender até 2022
    Especialistas estimam que seca deve se estender até 2022 REUTERS/Jorge Adorno

    Daniela Desantisda Reuters

    As embarcações que transportam grãos e outros produtos pelo rio Paraguai na altura de Assunção estão utilizando metade de sua capacidade de carga devido ao baixo nível do rio, em meio a uma seca histórica que afeta o comércio fluvial em toda a região, afirmaram representantes do setor.

    A seca reduziu drasticamente o nível do rio que nasce no Brasil, cruza o Paraguai e deságua no rio Paraná, no norte da Argentina.

    Especialistas estimam que o fenômeno, iniciado há três anos, deve se prolongar pelo menos até 2022 no Paraguai, quarto maior exportador de soja do mundo. O problema também ocorre no escoamento de grãos da Argentina.

    “A situação é crítica e delicada. Há uma grande proporção das embarcações que não está sendo utilizada, o que se traduz em um custo direto na hora de levar produtos ao Rio da Prata”, disse à Reuters o presidente da câmara paraguaia de exportadores de cereais e oleaginosas, César Jure.

    “No final do ano ainda teríamos um estoque de mercadorias para exportar, tanto para a indústria quanto para a soja em grãos. A nova safra terá que esperar em silos até que possamos liberar a antiga”, acrescentou ele.

    O diretor do Centro de Armadores Fluviais e Marítimos do Paraguai, Juan Carlos Muñoz, disse que a seca fez com que o tempo de viagem ao Rio da Prata triplicasse.

    “Todo o comércio está atrasado, tudo está atrasado. É um ano complicadíssimo, já que 96% do comércio exterior do Paraguai é feito pelo rio e isso implica um impacto muito grande na economia nacional”, afirmou.

    O plantio de soja, que começa no mês que vem, poderá ser afetado pela falta de fertilizantes, disse Muñoz. Jure, por sua vez, afirmou que a situação obrigou o setor a buscar alternativas de transporte terrestre em portos do Brasil para que os contratos fossem cumpridos.

    O Paraguai, que produz aproximadamente 10 milhões de toneladas de soja por ano, possui uma frota de cerca de 3 mil embarcações que transportam a safra local e parte do que é produzido nas regiões de fronteira com o Brasil e a Bolívia por meio da hidrovia Paraguai-Paraná, até os portos do Rio da Prata.