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    Se extrateto se confirmar, dificilmente abaixará no futuro, diz economista

    Em entrevista à CNN, Marcos Mendes, professor e pesquisador do Insper, avalia que estouro no teto de gastos, proposto pela PEC de Transição, pode ser irreversível, mesmo com "waiver"

    Letícia BritoTamara Nassifdo CNN Brasil Business

    em São Paulo

    Em entrevista à CNN nesta quinta-feira (24), o professor e pesquisador do Insper, Marcos Mendes, avaliou que, caso a PEC do Estouro confirme um aumento de gastos acima do necessário, “dificilmente esse extrateto abaixará no futuro”.

    “Não penso que a autorização para gastar seja temporária. Existe toda essa discussão de prazo, mas, para mim, isso não faz sentido”, declarou o economista.

    “Se aumentar o nível de gastos, ele não volta nunca mais. Toda vez que chegar o vencimento do prazo, ele vai entrar em discussão de novo e será renovado, muito provavelmente. O que eu defendo é ter um espaço fiscal permanente e definitivo, mas que não seja excessivamente elevado e não faça a dívida pública subir.”

    Mendes ainda comentou sobre a proposta de retirada do Auxílio Brasil — que deve voltar a se chamar Bolsa Família — do teto de gastos de forma definitiva. Na visão dele, trata-se de um “problema muito sério”.

    “Se todo o valor referente ao Auxílio Brasil for retirado do teto, essa parte da despesa vai ficar fora de controle, ficando sujeita a muitos incentivos políticos que vão querer aumentar o programa para bem acima da inflação e da economia, já que estará fora de qualquer restrição legal”, avaliou.

    “Outro problema é que isso vai gerar uma acomodação que não vai induzir à reforma desse programa, que precisa ser reformulado. O Auxílio Brasil foi mal desenhado, e o maior sinal disso é que a distribuição dos recursos passou a ser por família, e não mais de forma per capita, o que faz com que 5 pessoas recebam a mesma quantia que 1 pessoa só. O resultado disso é que as famílias estão se dividindo para ganhar mais. O número de famílias com uma pessoa só subiu de 2 milhões para 5 milhões em menos de um ano.”

    Na visão do economista, isso significa “desperdício de recursos, maior dificuldade de chegar nos mais pobres e, portanto, um programa ineficiente”.