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    Santander eleva a régua da sustentabilidade e aumenta rigor em seu fundo de ESG

    'Queremos mostrar para empresas que têm políticas ruins que o papel dela vai valer menos', disse o CEO da corretora sobre as recomendações

    Sede do Banco Santander, no Brasil
    Sede do Banco Santander, no Brasil Foto: Santander/Divulgação

    Manuela Tecchio, do CNN Brasil Business, em São Paulo

    O Santander Asset Management anunciou nesta quarta-feira (30) a contratação de um provedor de dados externo e global. Com a nova parceria com a Clarity, a corretora vai poder usar dados objetivos para avaliar empresas com relação às práticas ESG (Governança Ambiental, Social e Corporativa, na sigla em inglês) e excluir de seus fundos e recomendações as companhias que tiverem as notas mais baixas.

    A nova metodologia de avaliação inclui dois scores: o primeiro deriva da eficiência da companhia em fatores como uso de energias renováveis e vai de A+ até C-; o outro adota um parâmetro mais relativo, que compara as companhias com suas concorrentes no mesmo setor.

    “Antes, a avaliação era local e tinha uma pegada muito mais qualitativa. O que diferencia para esse métido que vamos adotar agora é o nível global da base de dados, que é muito maior, e os critérios mais pontuais e objetivos”, explica Luzia Hirata, analista de sustentabilidade da corretora Santander.

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    Esse novo sistema de pontos vai interferir na escolha das 25 a 30 empresas do Ethical — fundo ESG da corretora, lançado em 2001, que acumula nos últimos 12 meses uma alta acima do Ibovespa, de 8,6% —, mas também vai valer para todos os outros papéis recomendados.

    “A gente vai usar essa nova classificação de ESG para 100% das avaliações que a gente faz. Isso já existe, na verdade. A diferença é que agora a gente está levando isso também para as empresas como feedback”, diz o CEO da corretora Gilberto Abreu.

    Ainda de acordo com ele, o sistema de avaliação que será implementado a partir deste ano é pioneiro no mercado. “Quando a gente pensa em investimento, tem que usar tecnologia, porque é muito matemático. A gente está trazendo ciência pra algo que poderia ser muito ‘soft’. Estamos trazendo metodologia que pode ser auditada, rastreada, com indicadores objetivos em cada um dos pilares ESG”, defente.

    “Ninguém no mercado que se diz ESG até agora adotou esse nível de rigor”, completa. 

    O objetivo, em última instância, é modificar o nível de consciência do mecado e de fato influenciar as companhias. De acordo com o relato dos executivos na coletiva de imprensa, algumas companhias já estão procurando a corretora para entender como aumentar esse score. 

    “À medida em que você começa a privilegiar nomes diferentes, as empresas que estão ficando de fora por não terem práticas ESG nos melhores níveis, vão ser incentivadas a buscar soluções. Queremos mostrar para empresas que têm políticas ruins que o papel delas vai valer menos”, disse ainda o CEO.

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