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    Sanções e aumento dos juros nos EUA reforçam sinais de desdolarização global, diz JPMorgan

    Banco diz, porém, que moeda deve manter seu domínio de longa data no futuro próximo

    Por Marc Jones, da Reuters

    Sinais de desdolarização estão surgindo na economia global, disseram estrategistas do maior banco norte-americano, JPMorgan, nesta segunda-feira (5), embora a moeda deva manter seu domínio de longa data no futuro próximo.

    O impacto dos aumentos acentuados nos juros dos Estados Unidos e o uso de sanções que afastaram países como a Rússia do sistema bancário global estão levando os Brics – Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul – a desafiar a hegemonia do dólar.

    As estrategistas do JPMorgan Meera Chandan e Octavia Popescu afirmaram que, embora o uso geral do dólar permaneça dentro de uma faixa histórica, o uso foi mais “bifurcado por debaixo dos panos”.

    A participação do dólar nos volumes de moedas negociadas está aquém de recordes, em 88%, enquanto a participação do euro encolheu 8 pontos percentuais na última década, para uma mínima recorde de 31%. A participação do iuan, por sua vez, subiu para uma máxima de 7%.

    “A desdolarização é evidente nas reservas cambiais, onde a participação (do dólar) caiu para um recorde à medida que a participação nas exportações diminuiu, mas ainda está emergindo nas commodities”, disseram os estrategistas.

    A avaliação do JPMorgan é a mais destacada de qualquer grande banco norte-americano, embora gestores de ativos de peso, como o Goldman Sachs Asset Management, também tenham manifestado opiniões sobre a tendência.

    A nota do JPMorgan desta segunda-feira estimou que, para as exportações globais, a participação dos EUA caiu para uma mínima de 9%, enquanto a China atingiu uma máxima de 13%.

    Também nas reservas cambiais globais de bancos centrais, a participação do dólar caiu para uma mínima de 58%, embora um nível que ainda seja de longe o maior globalmente.

    Enquanto isso, o progresso na internacionalização do iuan tem sido limitado, acrescentou o JPMorgan, e é improvável que mude muito devido aos controles de capital da China.