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    Salário líquido médio do brasileiro cai para R$ 1.149 em 2021, aponta pesquisa

    Levantamento da Kantar mostra que o número de trabalhadores informais cresceu e que famílias se adequaram à alta da energia e do gás de cozinha.

    Pauline Almeidada CNN , no Rio de Janeiro

    Em um cenário marcado pela pandemia de Covid-19, inflação e desemprego, os lares brasileiros registraram uma queda no salário líquido em 2021. A média foi de R$ 1.149, 8,3% menor em relação ao ano anterior, segundo a pesquisa DomesticView, divulgada pela consultoria Kantar.

    O mesmo movimento aconteceu com a renda vinda de auxílios governamentais, especialmente o Auxílio Emergencial, que caiu de R$ 204 para R$ 190, no comparativo entre 2020 e 2021.

    O levantamento da Kantar ainda mostra que, com o orçamento em queda, o país viveu um aumento do trabalho informal em todas as regiões. E nos lares desses trabalhadores informais, alimentação, serviços públicos e habitação comprometeram mais de 70% da renda.

    Como os brasileiros organizaram o orçamento em 2021?

    A alimentação dentro do lar concentrou 35% dos gastos de uma casa no ano passado, seguida pelos custos com habitação (24%) e serviços públicos (13%). Na alimentação, os brasileiros têm trocado o tradicional arroz e feijão, além de outras commodities, por produtos industrializados, mais práticos e rápidos.

    Já os gastos com aluguel voltaram a crescer, após uma queda drástica durante o primeiro ano da pandemia. O gerente sênior de Novos Negócios da Kantar, Renato de Melo, destacou que as pessoas também voltaram a reformar suas casas.

    “Em algumas categorias, a gente viu até escassez de matéria-prima, como pintura residencial. Nesse modelo de vida mais híbrido, as pessoas estão investindo em um ambiente mais funcional”, colocou.

    Em relação aos serviços públicos, a energia elétrica e gás levaram boa parte do orçamento doméstico. O impacto do botijão de gás para as classes D e E chegou a representar 25% dos custos com essa categoria, enquanto a média para a população foi de 17%.

    A pesquisa ainda aponta que os recursos destinados aos animais aumentaram 129% em 2021. Segundo Melo, as adoções de animais durante a pandemia podem ter contribuído para esse resultado.

    “A gente tem mais lares com pets. Os lares que já tinham pets passaram a ter mais. Quem não tinha cão ou gato passou a ter. Mas a categoria baixou o tíquete médio. Estão comprando ração, mas não a super premium”, apontou o gerente.

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