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    Saiba quais ações têm impulsionado alta da bolsa no ano e se isso deve se manter

    Das 13 ações que mais se valorizaram nos primeiros pregões do ano (até as 12h da sexta-feira), 12 são ligadas a commodities

    <strong>Área de mina de minério de ferro em Paraupebas</strong>
    Área de mina de minério de ferro em Paraupebas Foto: Lunae Parracho/Reuters

    Leonardo Guimarães, do CNN Brasil Business, em São Paulo

    O Ibovespa nunca atingiu níveis tão altos. Nesta quinta-feira, o principal índice da bolsa brasileira fechou acima dos 122 mil pontos, algo, até então, inédito. O setor de commodities é o principal motor desse rali do mercado acionário, com altas expressivas ao longo da primeira semana de 2021. Das 13 ações que mais se valorizaram nos primeiros pregões do ano (até as 12h da sexta-feira), 12 são ligadas a commodities.

    Puxam a fila os papéis da CSN (CSNA3), Gerdau (GGBR4) e Vale (VALE3), com valorizações que superam os 14% em apenas cinco pregões. A expectativa é que os ganhos do setor não parem por aí.

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    Nesta sexta, os investidores aproveitam o pregão para realizar lucros. Mas, mesmo assim, o setor continua liderando os ganhos da semana. 

    Mas, afinal, por que o mercado está tão otimista com as empresas ligadas ao minério de ferro, petróleo e papel e celulose? Especialistas ouvidos pelo CNN Brasil Business explicaram o que há por trás desse movimento. 

    Em resumo, o mercado está otimista com a retomada da economia em 2021, “o que já é suficiente para que o mercado espere um aquecimento na demanda por commodities em 2021”, afirma João Vitor Freitas, analista da Toro Investimentos. 

    Paula Zogbi, especialista da Rico Investimentos, afirma que as empresas ligadas a commodities estão entre as mais beneficiadas com a retomada da economia. 

    Minério de ferro anima 

    As perspectivas otimistas se aplicam principalmente ao minério de ferro. Isso porque a economia da China vem se recuperando, e o Brasil é, ao lado da Austrália, o país que mais exporta minério de ferro para os chineses. Com isso, os preços da matéria-prima sobem. 

    “Se eles [chineses] repetirem a receita [pós-crise] de sempre, será um momento muito focado em investimentos em infraestrutura e aumento dos gastos públicos, o que impactaria no minério de ferro, aço, cobre e níquel”, diz Ricardo Schweitzer, sócio-fundador da Nord Research. 

    “A China foi o primeiro país a parar tudo e, mesmo assim, teve uma retomada surpreendente. Para eles, o crescimento de 5% na produção industrial é frustrante”, comenta Freitas, da Toro. 

    De fato, o mercado acompanha o movimento da commoditie e as ações que mais ganham valor são ligadas ao minério de ferro: CSN (CSNA3) e Gerdau (GGBR4) ganharam 18% na semana, Weg (WEGE3) subiu 16%, Vale (VALE3) avançou 15% e Usiminas (USIM5) ganhou 12%. 

    Cuidados antes de investir

    Quem está pensando em apostar no setor precisa ficar de olho no câmbio. O real é uma das moedas mais voláteis do planeta e tem seu valor diretamente influenciado pelo que acontece em Brasília. As exportadoras se dão bem quando o dólar está nas alturas. 

    Outro fator de risco é a possibilidade da volta de medidas de isolamento mais duras para conter a pandemia de Covid-19, principalmente na China. “Nosso setor de commodities depende muito da China. Os investidores também precisam ficar de olho em alguma questão política envolvendo o Brasil e o país asiático”, aconselha Freitas. 

    Além disso, Paula Zogbi acrescenta à lista fatores comuns a qualquer investidor da bolsa de valores, como a situação fiscal do país. “Empresas brasileiras dependem muito do investidor estrangeiro. Mesmo que a empresa esteja em um momento positivo, apenas a força compradora brasileira não faz muito preço e o risco Brasil é muito importante.”