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    S&P altera perspectiva do rating do Brasil de estável para positiva; Ibovespa amplia ganho, e dólar cai

    Bolsa brasileira encerra no melhor patamar desde outubro do ano passado, enquanto moeda norte-americana mantém trajetória de desvalorização ante o real

    A alta do Ibovespa foi puxada por empresas mais sensíveis à economia doméstica, também refletindo a melhor do cenário econômico brasileiro
    A alta do Ibovespa foi puxada por empresas mais sensíveis à economia doméstica, também refletindo a melhor do cenário econômico brasileiro Freepik

    Gabriel Bosada CNN

    Em São Paulo

    Em um dia em que todas as atenções dos investidores estavam voltadas ao congelamento da alta dos juros nos Estados Unidos, o mercado brasileiro foi surpreendido positivamente pela melhora da perspectiva da nota pelo S&P Global Ratings, a primeira revisão para cima desde 2019.

    A soma dos dois fatores fizeram o Ibovespa, referência do mercado acionário do Brasil, registrar alta firma de 1,99%, fechando a sessão aos 119.068 pontos, o melhor patamar desde 21 de outubro do ano passado.

    O aumento da propensão dos investidores às empresas brasileiras refletiu na desvalorização do dólar ante o real. A moeda norte-americana encerrou o dia com queda de 1,06%, negociada a R$ 4,810.

    O desempenho manteve a trajetória de queda observada no câmbio nas últimas semanas e deixa o dólar no patamar mais baixo ante a divisa brasileira desde 6 de junho do de 2022.

    A alta do Ibovespa foi puxada por empresas mais sensíveis à economia doméstica, também refletindo a melhora do cenário econômico brasileiro.

    O movimento foi liderado pelas ações da Gol (GOLL4), com valorização de 11,8%. Na sequência, Yduqs (YDUQ3) ganhou 9,86%, enquanto Azul (AZUL4) subiu 8,66%.

    A valorização do mercado também foi sustentada pelas blue chips, como são chamadas as empresas com maior peso no indicador.

    A Vale (VALE3) fechou o dia com alta de 1,75%, refletindo a alta do minério de ferro no mercado global.

    As ações da Petrobras também figuraram entre as principais altas do dia, a despeito do movimento de queda do barril de petróleo.

    Os papéis preferenciais (PETR4) e ordinários (PETR3) tiveram a mesma alta de 4,3%.

    S&P mais otimista com Brasil

    O S&P, uma das agências de classificação de risco com maior prestígio entre os agentes financeiros, mudou a classificação do Brasil de “estável” para “positiva”, informou a agência em relatório divulgada hoje.

    Segundo os analistas, apesar do país ainda apresentar grandes déficits fiscais, o crescimento contínuo do Produto Interno Bruto (PIB) e a organização da política fiscal “podem resultar em um aumento menor do ônus da dívida do governo do que o inicialmente esperado”.

    “Revisamos nossa perspectiva para o Brasil de estável para positiva e reafirmamos nossos ratings de crédito soberano ‘BB-/B'”, informou o grupo.

    “Nossa visão positiva baseia-se na perspectiva de que medidas contínuas para enfrentar a rigidez econômica e fiscal podem reforçar nossa visão da resiliência da estrutura institucional do Brasil e reduzir os riscos à sua flexibilidade monetária e posição externa líquida”.

    A agência de classificação afirmou que as perspectivas de crescimento da economia brasileira podem ser beneficiadas pelos sinais de maior certeza sobre as políticas fiscais e monetárias.

    “O crescimento contínuo do PIB somado ao quadro emergente para a política fiscal pode resultar em uma carga de dívida pública menor do que o esperado, o que pode apoiar a flexibilidade monetária e sustentar a posição externa líquida do país”, informou o S&P.

    “Tais desenvolvimentos reforçariam nossa visão da resiliência da estrutura institucional do Brasil, com formulação de políticas estável baseada em amplos freios e contrapesos entre os poderes executivo, legislativo e judiciário do governo”.

    Fed morde e assopra

    Mais cedo, o mercado repercutia os próximos passos da política monetária dos Estados Unidos e os sinais de que a alta dos juros pode estar chegando ao fim.

    O Fed interrompeu a alta dos juros e manteve a taxa entre 5% e 5,25%, porém sinalizou que a pausa é momentânea e que novos aumentos devem ocorrer ainda neste ano. Além disso, o comunicado indicou que o corte dos juros deve ocorrer apenas a partir do ano que vem.

    Em um primeiro momento, a previsão de novos aumentos das taxas da maior economia do mundo repercutiu negativamente nas bolsas, já que juros altos mantêm o incentivo aos investidores deixarem o dinheiro em renda fixa.

    O presidente do Fed, Jerome Powell, porém, amenizou parte do pessimismo ao afirmar que o caminho para a alta dos juros está perto do fim, apesar de ainda ver riscos altos para a inflação.

    “É razoável ir mais devagar conforme nos aproximamos do destino final dos juros”, afirmou Powell em coletiva de imprensa após a publicação dos dados.

    Segundo o presidente, a decisão de interromper a escalada das taxas foi compartilhada pela maior parte dos diretores do Fed.

    A maioria do mercado aposta que o Fed já retoma a alta dos juros na próxima reunião, em 26 de julho, segundo levantamento da plataforma CME.