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    Rotativo: Febrabran quer um reequilíbrio da dinâmica do cartão de crédito

    Segundo levantamento da entidade, as taxas de juros das "maquininhas independentes" chegam a alcançar entre 60 e 130% ao ano

    Da CNN , São Paulo

    A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) divulgou, nesta segunda-feira (4), uma nota em que critica o modelo de negócios das “maquininhas independentes” — que não são ligadas a instituições financeiras — e defende o reequilíbrio da dinâmica do cartão de crédito.

    O texto é baseado num levantamento feito pela própria instituição, que revela que as taxas de juros das maquininhas independentes chegam a alcançar entre 60 e 130% ao ano.

    Segundo a entidade, as maquininhas independentes se apropriam da receita de juros da cadeia e “induzem endividamentos que se eternizam”.

    A pesquisa mostra que essas maquininhas cobram do pequeno varejo patamares de taxas de desconto muito mais altas em relação às taxas de desconto dos bancos, “algo como três vezes a mais na média”.

    “Os dados do estudo revelam a agenda das maquininhas independentes e aquilo que efetivamente move a forte toada feita por elas contra os bancos emissores. Revela, em especial, um modelo que se ancora e se beneficia do endividamento das famílias brasileiras, gerando altíssimo risco de crédito, e que tem como causa as altas taxas de juros cobradas nesse meio de pagamento”, diz a Febraban em nota.

    Segundo a entidade, as maquininhas independentes se tornaram parcela relevante do varejo dependente da antecipação de recebíveis.

    “É um modelo totalmente artificial que estimula compras pelas famílias com prazo longo de financiamento, para sufocar os lojistas com taxas altíssimas de descontos. E quanto maior o prazo para o consumidor pagar, mais ele se endivida e mais dependente os comerciantes ficam da antecipação de recebíveis para fazer fluxo de caixa”, afirma.

    Ainda de acordo com a Febraban, as maquininhas independentes “viciaram” a dinâmica da indústria de cartões de crédito, o que traz prejuízos a toda a cadeia de cartões.

    “Isso prejudica o comércio, que passou a depender cada vez mais de caixa, prejudica o consumidor, que se endivida com parcelas a perder de vista numa bola de neve e agrava a inadimplência das famílias”, explica a entidade.

    Para a Febraban, algumas maquininhas independentes não defendem os consumidores, uma vez que, segundo a entidade, sem a receita de antecipação de recebíveis, elas teriam tido prejuízo de R$ 1 bilhão em 2022.

    “Isso porque os dados revelam que a antecipação de recebíveis das maquininhas independentes possui maior concentração no total das receitas de pagamento, chegando até 65%, bem mais que os 50% das adquirentes ligadas aos bancos”, conclui a nota.

    *Publicado por Amanda Sampaio, da CNN

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