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    RJ terá órgão estadual para organizar e planejar a Economia do Mar

    Segundo pasta de Desenvolvimento Econômico, setor engloba 44% do PIB fluminense

    Segmento engloba áreas como pesca, indústria do petróleo, turismo e defesa
    Segmento engloba áreas como pesca, indústria do petróleo, turismo e defesa Modec/Divulgação

    Stéfano Sallesda CNN no Rio de Janeiro

    O Rio de Janeiro criará uma superintendência exclusiva para organizar e planejar a chamada “Economia do Mar”. O órgão reunirá iniciativas em cerca de 20 municípios do litoral do estado, de São Francisco de Itabapoana, no Norte, a Parati, no Sul, ao longo da costa de 635 quilômetros.

    O órgão ficará atrelado à Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Energia e Relações Internacionais. Segundo a pasta, o segmento envolve, da pesca à indústria do petróleo, passando por turismo e defesa, cerca de 44% do PIB estadual.

    Ainda não está definido o número exato de municípios beneficiados, porque ainda não está claro se a iniciativa vai afetar as cidades que ficam no entorno da Baía de Guanabara.

    A informação foi revelada pelo secretário responsável pela área, Vinícius Farah, deputado federal licenciado, durante a live “Óleo, Gás e Naval”, promovida pela Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan) para apresentar o sexto Anuário do Petróleo no Rio.

    “Vamos anunciar em setembro, ao lado do governador, a criação de uma superintendência interna, dentro da secretaria, com estrutura física de colaboradores, para tratar única e exclusivamente da economia do mar. Nós sabemos da importância desse segmento, são 10,4 milhões de fluminenses e algo como 21 municípios com suas potencialidades dentro da economia do mar. A Firjan e o segmento vão indicar esse superintendente”, afirmou Farah.

    O Rio de Janeiro tem 85% das jazidas brasileiras provadas de petróleo, extraídas do mar, no pré-sal e no pós-sal, e 62% das reservas de gás natural, de acordo com dados da Agência Nacional de Petróleo. As jazidas estão são encontradas nos mesmos campos e são alvo de extração conjunta.

    Essa indústria movimenta toda uma cadeia de produção naval brasileira que, historicamente, fica concentrada no estado, especialmente em Niterói, na Região Metropolitana, e em Angra dos Reis, na Costa Verde.

    Procurado pela CNN, Carlos Erane de Aguiar, vice-presidente da Firjan, explica que a iniciativa é fruto de um pleito antigo do setor que representa, e que pretende reverter o ostracismo da indústria naval brasileira, simbolizada nos 18 estaleiros do Rio de Janeiro que estão parados.

    Segundo informações do Cluster Naval, fundado em 2019 e que reúne mais de 30 empresas, a demanda brasileira para os próximos anos envolve 39 plataformas, 60 navios e 117 embarcações de apoio. São investimentos previstos que podem somar até US$ 81,6 bilhões (R$ 427 bilhões), em prazos indefinidos.

    “A indústria naval é uma grande vocação brasileira, com enorme potencial humano que está sendo perdido. Leva-se anos para preparar uma cadeia produtiva e, de repente, ela é paralisada. Essa superintendência é um pleito antigo nosso. Vínhamos falando sobre a importância de termos uma autoridade marítima fluminense. A economia do mar carrega metal-mecânica, turismo, construção de navios, reforma, reparo e leva tantos ou mais materiais essenciais para a sua construção do que um prédio, mas isso tinha sido relegado a segundo plano”, explica.

    O setor pretende voltar a atender os investimentos dos segmentos de petróleo e gás a partir da política de conteúdo local.

    Outro elemento que pode impulsionar setor é a resolução da Organização Marítima Internacional, que pretende reduzir em até 50% a emissão de gases poluentes por parte das embarcações até 2050. Com isto, boa parte da frota mundial deve ser renovada, o que seria uma oportunidade para as indústrias brasileiras do ramo.