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    Risco de desabastecimento motivou reajuste da Petrobras, dizem fontes do governo

    Cenário atual indicava que se nada fosse feito em pouco mais de 20 dias o diesel seria o primeiro combustível a faltar, seguido de gasolina e do GLP

    Caio Junqueirada CNN

    O risco real de desabastecimento de combustível já no início de abril foi o principal motivo pelo qual a Petrobras reajustou o preço dos combustíveis nesta quinta-feira (10), segundo fontes do governo informaram à CNN.

    O alerta inclusive foi feito em reunião de representantes da estatal com ministros do governo na terça-feira no Palácio do Planalto, que acabou sendo repassado ao presidente Jair Bolsonaro.

    A Petrobras vinha verificando nos últimos dias os estoques de gasolina, diesel e GLP nas distribuidoras. O cenário apontado nesta semana indicava que se nada fosse feito em pouco mais de 20 dias o diesel seria o primeiro combustível a faltar, seguido de gasolina e do GLP.

    O motivo é o impacto da guerra da Ucrânia na economia mundial. Como cerca de 30% do petróleo brasileiro é importado e como a Petrobras segue a regra de paridade internacional de preços, para os importadores não mais compensava importar a um preço elevado para vender por muito menos dentro do Brasil.

    O último aumento havia sido dia 12 de janeiro, quando o preço de referência do barril era de US$ 82. Nesta quinta-feira, era de US$ 115. Se a guerra na Ucrânia se prolongar, não estão descartados novos reajustes.

    A reação do universo político ao reajuste foi imediata. O Congresso Nacional reagiu e incluiu nas propostas sobre o assunto que deverão ser apreciadas hoje duas emendas que criam auxílios destinados a subsidiar o pagamento de combustíveis. À tarde, o Senado aprovou as duas propostas que visam alterar critérios de preço dos combustíveis.

    No início da noite desta quinta-feira, o presidente da Câmara, Arthur Lira, fez uma crítica direta a Petrobras: “me causou espanto a insensibilidade da Petrobras com os brasileiros —os verdadeiros donos da companhia. O aumento de hoje foi um tapa na cara de um país que luta para voltar a crescer”.

    Fontes do governo viram má-fé e oportunismo no ataque a estatal, tendo em vista que o Congresso até hoje não teria, sob essa ótica, entregue nada ainda em relação a preços de combustíveis. Avaliam que, nesse sentido, trata-se de uma maneira de escolher um alvo para se livrar de sua parcela de responsabilidade.