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    Revisões no PIB ocorrem após segundo trimestre “muito bom”, diz especialista

    Nova edição do Focus passou a projetar uma alta do PIB em 2022 de 2,26%, ante 2,10 há uma semana

    Ludmila Candalda CNNJoão Pedro Malardo CNN Brasil Business

    em São Paulo

    As altas nas projeções do mercado para o Produto Interno Bruto (PIB) de 2022, indicadas nesta segunda-feira (5) pelo Boletim Focus, refletem o resultado “muito bom” da economia no segundo trimestre, afirma a economista sênior da LCA Consultores Thaís Zara.

    Em entrevista à CNN, a economista avaliou que “a novidade positiva que a gente teve na semana passada tem muito a ver com isso que a gente está vendo no Boletim Focus, e provavelmente a gente vai continuar vendo esse movimento de alta das projeções do mercado para o PIB nas próximas semanas”.

    Segundo ela, o mercado ainda não teve muito tempo para revisar suas previsões, com novos números sendo apresentados ao longo das próximas semanas. A nova edição do Focus passou a projetar uma alta do PIB em 2022 de 2,26%, ante 2,10 há uma semana.

    Zara destaca ainda que “os primeiros dados do terceiro trimestre, relativos a julho e agosto, estão vindo melhores que o esperado, então sustenta a visão de que o trimestre vai ser melhor, e ainda vai contar agora com o início do pagamento do Auxílio Brasil mais alto, de R$ 600, e uma certa liberação de renda das famílias por conta das reduções do ICMS”.

    Para a economista, a redução da inflação ajuda a economia ao deixar mais renda disponível para a população, impulsionando o PIB no terceiro trimestre e podendo até ajudar nos números dos últimos três meses do ano.

    No caso da LCA, a revisão ainda está em andamento, mas Zara diz que a nova projeção deve ficar em torno de 2,7%. “Se o PIB ficasse parado no terceiro trimestre e quarto, quanto cresceria no ano? Em torno de 2,6%, então o Focus deve ir para pelo menos algo em torno disso”, observa.

    Já para 2023, ela afirma que a economia deverá ter uma desaceleração, em um movimento de caráter global. Nesse caso, pesarão as taxas de juros elevadas, no esforço de combate a níveis recordes de inflação.

    No Brasil, os diretores do Banco Central reforçaram a necessidade de manter a taxa Selic em um patamar estável por um período prolongado, “tentando trazer as expectativas para um patamar de Selic mais alto para tentar sinalizar ao mercado seu comprometimento com atingir a meta de inflação em 2023”, explica a economista.

    Ela destaca que “o efeito de juros mais altos é bem claro na economia, e é através desse efeito que faz com que a inflação volte. Quando sobe juros, torna o consumo mais difícil, a poupança mais atrativa, as pessoas decidem poupar ao invés de consumir, e quando tem consumo mais baixo, acaba tendo PIB mais baixo, e com isso consegue trazer a inflação para baixo”.

    “No ano que vem, possivelmente não vai ter uma série de medidas que o governo tomou nesse ano que acabaram trazendo um impulso adicional para o crescimento”, afirma. A tendência, segundo Zara, é “caminhar para uma desaceleração já na virada desse ano para o próximo, com o PIB crescendo menos, refletindo os efeitos da taxa de juros mais elevadas e o esgotamento das medidas de estímulo”.