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    Reunião de acionistas da Shell é interrompida por protestos de ativistas climáticos

    Manifestantes pediam que companhia de petróleo fosse "fechada" e a acusavam de "matar" o planeta

    Hanna Ziadyda CNN

    Londres

    Cenas caóticas se desenrolaram na reunião anual de acionistas da Shell nesta terça-feira (23), quando ativistas climáticos invadiram o local, pedindo que a companhia de petróleo fosse “fechada” e acusando-a de “matar” o planeta.

    Vídeos postados por jornalistas no Twitter mostraram manifestantes tentando subir no palco em confronto com seguranças, alguns dos quais se interpuseram entre os manifestantes e os principais executivos e diretores da Shell. A segurança acabou tendo que remover fisicamente os ativistas, um por um, do centro de conferências em Londres.

    Um vídeo postado pelo Follow This, um grupo de investidores ativistas, mostrou os protestantes se levantando e cantando “Vá para o inferno, Shell, e não volte mais” ao som de Hit the Road Jack de Ray Charles.

    As manifestações atrasaram a reunião em mais de uma hora, segundo um porta-voz da Shell.

    “Respeitamos o direito das pessoas de expressar seu ponto de vista e agradecemos qualquer envolvimento construtivo em nossa estratégia e na transição energética. No entanto, mais uma vez, os manifestantes mostraram que não estão interessados ​​em um engajamento construtivo”, acrescentou o porta-voz em comunicado compartilhado com a CNN.

    Acionistas exigem ação climática

    Não foram apenas ativistas e manifestantes que exigiram que a Shell avançasse mais rapidamente em seus planos de reduzir as emissões de carbono. Vários acionistas também criticaram a empresa por não fazer mais para cumprir suas metas climáticas.

    A Shell e seus pares, como a BP, mudaram seu foco de volta para a produção de combustíveis fósseis após um ano de lucros abundantes ajudados pelo aumento dos preços do petróleo e do gás.

    A consequente inundação de dinheiro para as empresas petrolíferas e seus acionistas não gerou um boom proporcional nos investimentos em energia renovável, apesar da clara evidência de que o mundo precisa se mover muito mais rápido nos esforços para enfrentar a crise climática.

    O Conselho de Pensões da Igreja da Inglaterra disse que estava retirando seu apoio anterior ao plano de transição energética da Shell, pois parecia que a companhia agora estava seguindo “um caminho diferente”. Votou contra a reeleição de todos os diretores da Shell.

    “Apesar da Shell registrar lucros recordes em 2022… seu investimento em energia renovável e de baixo carbono é muito menor do que seria esperado por uma empresa que busca moldar um futuro na transição”, disse Laura Hillis, diretora de investimento responsável do fundo de pensão na reunião.

    “Como investidor institucional de longo prazo, nosso dever é para com nossos membros de fundos de pensão e seus interesses de longo prazo, tal qual com o mundo em que se aposentarão. Esses interesses não estão sendo atendidos pela abordagem de curto prazo que a empresa parece estar adotando”, completou.

    Cerca de um quinto dos acionistas presentes na assembleia votou a favor de uma resolução para obrigar a Shell a estabelecer metas de redução mais ambiciosas para suas “emissões de escopo 3”, aquelas decorrentes da queima de produtos da empresa, como gasolina, combustível de aviação e gás natural.

    “As metas atuais da Shell não levarão a reduções absolutas de emissões em grande escala até 2030”, disse a Follow This, que apresentou a resolução, em um comunicado.

    A resolução recebeu o mesmo nível de apoio do ano passado, que está abaixo dos 30% do que obteve em 2021, quando a BlackRock votou a favor.

    Mark van Baal, fundador da Follow This, falou que a votação “indica claramente o descontentamento dos acionistas”.

    O porta-voz da Shell disse: “A Shell tem uma meta clara de se tornar um negócio de energia com emissões líquidas zero até 2050 e acreditamos que nossas metas climáticas estão alinhadas com a meta mais ambiciosa do Acordo de Paris sobre mudanças climáticas”.

    Este conteúdo foi criado originalmente em inglês.

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