Prime Time

seg - sex

Apresentação

Ao vivo

A seguir

    Retorno da procura por alimentação fora de casa movimenta economia

    Pesquisa da ABIA e Abrasel mostram recuperação do serviço de bares e restaurantes, porém setor ainda enfrenta desafios com exigências dos consumidores e alta dos produtos

    Camille Coutoda CNN

    Após um ano e meio desde o início da pandemia de Covid-19, o canal de food service, alimentação fora do lar, começa a ver uma melhora no faturamento. Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (ABIA), o setor deve fechar o ano com 27% de participação nas vendas totais da indústria de alimentos no mercado interno, equivalente a R$ 173,3 bilhões.

    O cenário já se mostra superior ao ano passado, que alcançava 23,9% no mesmo período. Para 2022, a projeção é de recuperação total, de acordo com levantamentos da ABIA.

    Dados divulgados nesta terça-feira(9) pela Associação Brasileira de Bares e Restaurantes reforçam o otimismo pela procura do serviço. A pesquisa realizada com empresários de todo o Brasil, entre os dias 14 e 22 de outubro, aponta que 79% estão confiantes na retomada gradativa.

    Os números positivos também movimentam o mercado de trabalho com as contratações. Entre os entrevistados, 31% afirmaram que pretendem contratar funcionário ainda em 2021.

    Para José Eduardo Camargo, Líder de Conteúdo & Inteligência da Abrasel, a flexibilização das restrições elevou as expectativas dos donos de bares e restaurantes.

    “A confiança dos clientes está voltando, graças ao avanço da vacinação e à queda nos índices de transmissão. O fim de ano promete ser bom – quatro em cada cinco empresários do setor têm a percepção de que as vendas serão maiores já em dezembro”, afirma Camargo.

    “Para isso, os estabelecimentos se prepararam para receber até os clientes mais reticentes. Algumas tendências vêm se acentuando, como o uso de ferramentas digitais no atendimento. Mas o que faz a diferença é algo que não muda, a vocação dos bares e restaurantes de promover o encontro, o diálogo e o prazer de degustar um bom prato.” ressalta o líder de conteúdo.

    Além do impacto econômico, o mercado também precisou se adaptar para atender as mudanças de comportamento do consumidor, que passaram a exigir mais condições dos estabelecimentos.

    A pesquisa encomendada pela ABIA, feita pelo instituto Qualibest, entrevistou 1.102 pessoas, entre homens e mulheres a partir de 18 anos, das classes A, B e C, em todo o território nacional.

    Os dados mostram que 35% veem a higiene e a segurança como o principal critério para a escolha de um restaurante, seguidos de 22% que querem comida gostosa e 16% que priorizam em pagar um preço justo.

    A pesquisa verificou ainda que 82% dos consumidores buscam espaços abertos e bem ventilados, estabelecimentos que contam com mesas em varandas, salões com grandes janelas ou espaços abertos e ao ar livre, como mesas nas calçadas.

    Apenas 5% preferem praças de alimentação em shoppings ou centros comerciais, enquanto 13% não se importam com o ambiente, contanto que seja no local onde desejam consumir.

    A Abrasel ressalta, no entanto, que o crescimento do setor ainda enfrenta obstáculos. Um deles é a inflação que impacta nos custos e segura o poder de compra. Carnes e embutidos, em função dos preços, lideram quando o quesito é dificuldade de abastecimento.

    Chama a atenção o caso das cervejas, que ficou com 25%, em segundo lugar: 36% apontaram a escassez de cerveja e chope no mercado como a grande dificuldade para abastecer os estoques.

    Outro desafio é o endividamento dos donos desses estabelecimentos. Para sobreviver à crise gerada pela pandemia, 77% dos empresários informaram que solicitaram empréstimos com o banco, como alternativa encontrada para sobreviver às restrições e, agora, para não repassar a inflação ao cardápio.

    Tópicos