Prime Time

seg - sex

Apresentação

Ao vivo

A seguir

    Reino Unido endurece regras sobre impostos e prevê recessão em 2023

    Ministro das Finanças britânico disse nesta quinta-feira que elevará imposto sobre empresas de petróleo e gás, congelará deduções do imposto de renda e prevê retração do PIB de 1,4% em 2023

    ReutersEstadão Conteúdo

    O ministro das Finanças britânico, Jeremy Hunt, disse nesta quinta-feira (17) que o governo aumentará um imposto sobre as empresas de petróleo e gás e o estenderá às empresas de geração de energia, enquanto busca arrecadar dinheiro para tapar um grande buraco nas finanças públicas.

    Hunt disse que a taxa seria elevada de 25% para 35%. Também se aplicaria a geradores de eletricidade com uma taxa de 45% aplicada a partir de 1º de janeiro.

    A alta dos preços do petróleo e do gás após a invasão da Ucrânia pela Rússia elevou as contas de energia domésticas a níveis recordes, desencadeando a pior crise de custo de vida da Grã-Bretanha em gerações.

    Atualmente, o custo de produção de eletricidade a partir de usinas a gás é geralmente a referência para definir o preço da eletricidade no atacado, que ajuda a determinar quanto as pessoas pagam por sua energia.

    Isso significa que geradores de energia renovável, como usinas eólicas ou solares e nucleares, podem se beneficiar dos altos preços no atacado.

    Hunt ainda disse que o governo planeja reduzir o consumo de energia da indústria em 15% até 2030, além de investir 6,6 bilhões de libras em eficiência energética para atingir os objetivos. Por fim, Downing Street vai retirar tarifas de importação de mais de 100 produtos, anunciou o ministro, durante discurso no Parlamento britânico.

    Congelamento de deduções do imposto de renda

    O ministro também anunciou que congelará as deduções do imposto de renda até 2028 e que estava baixando o limite acima do qual a taxa máxima de 45% do imposto de renda é paga para 125.140 libras (US$ 148.053), de 150.000 libras.

    “Mesmo depois disso, ainda teremos o conjunto mais generoso de subsídios isentos de impostos de qualquer país do G7”, disse Hunt ao Parlamento em um discurso sobre as finanças públicas, com o objetivo de restaurar a confiança do mercado nas finanças do governo após os 50 dias de Liz Truss no poder.

    O governo de Truss havia dito que aboliria a taxa máxima do imposto de renda, mas voltou atrás em meio à turbulência financeira desencadeada por seus planos. Ela foi forçada a renunciar no mês passado e foi substituída por Rishi Sunak como primeiro-ministro.

    Mudanças no salário mínimo

    Jeremy Hunt também revelou que o governo vai elevar o salário mínimo em 9,7% e manter os gastos bilionários previstos para subsidiar gastos energéticos da população. “Usaremos a política fiscal para apoiar a economia”, declarou.

    Segundo Hunt, o salário mínimo a partir do ano que vem será de 10,42 libras por hora trabalhada, enquanto o subsídio às contas de energia será mantido em 55 bilhões de libras para o período do próximo inverno no Hemisfério Norte.

    No entanto, o teto para o subsídio será de até 3 mil libras por domicilio, para os 12 meses posteriores após o término do suporte de inverno.

    Recessão em 2023

    A economia do Reino Unido deve encolher 1,4% em 2023, disse o ministro das Finanças, citando as últimas projeções do Escritório de Responsabilidade Orçamentária (OBR).

    A expectativa anterior do OBR, publicada em março, era de crescimento de 1,8%.

    Desde então, a economia britânica está sob pressão devido a uma taxa de inflação agora acima de 11%, desaceleração da economia global e volatilidade política e financeira causada pelo breve mandato de Liz Truss como primeira-ministra.

    O Produto Interno Bruto previsto pelo OBR crescerá 1,3% em 2024 e 2,6% em 2025, disse Hunt, em comparação com as previsões anteriores do escritório de crescimento de 2,1% e 1,8%, respectivamente.

    Elogios ao BoE

    O ministro de Finanças do Reino Unido elogiou o “excepcional” trabalho do Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) e reiterou seu apoio à entidade no combate à inflação no país, durante discurso no Parlamento britânico, onde anunciou novos planos fiscais do governo do primeiro-ministro Rishi Sunak.

    De acordo com ele, é importante que a política fiscal “trabalhe junto” e “ande lado a lado” com as decisões monetária do BOE.

    As falas do ministro vêm após um período de atritos entre a autoridade monetária e o governo do Reino Unido, sob comando da ex-premiê Liz Truss. Á época, questionamentos sobre a independência do BoE emergiram em Downing Street.

    Hunt avaliou que as principais causas para a elevada inflação no Reino Unido são fatores globais, em especial a invasão da Rússia à Ucrânia, que elevou preços de energia no mundo todo.