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    Reino Unido diz que chances de acordo do Brexit são inferiores a 50%

    Fracasso em alcançar um acordo sobre o comércio de bens enviaria ondas de choque nos mercados financeiros

    Bandeiras da UE e do Reino Unido 
    Bandeiras da UE e do Reino Unido  Foto: Toby Melville - 17.dez.2018/Reuters

    Por Guy Faulconbridge e Elizabeth Piper e Gabriela Baczynska, da Reuters

    O ministro sênior do Reino Unido, Michael Gove, avaliou as chances de alcançar um acordo comercial com a União Europeia (UE) em menos de 50% nesta quinta-feira, (17), apresentando um tom pessimista a apenas duas semanas de o Reino Unido concluir sua saída do bloco econômico.

    Sua previsão pessimista contrastou fortemente com os comentários do negociador-chefe da UE, sugerindo que havia um bom progresso. Ambos os lados estão tentando evitar um turbulento fim após quatro anos de difíceis negociações.

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    Aumentava o otimismo de que um acordo estava próximo para manter o comércio de mercadorias, que representa metade do comércio anual entre a UE e o Reino Unido, no valor de quase um trilhão de dólares ao todo, livre de tarifas e cotas após 31 de dezembro.

    Mas ambos os lados dizem que há lacunas a serem preenchidas e não está claro se qualquer um dos dois faria mudanças o suficiente para abrir caminho para um avanço.

    Fontes diplomáticas da UE disseram que os 27 países-membros receberão uma atualização na sexta-feira, (18), embora tenham sugerido que qualquer decisão sobre o acordo provavelmente será no sábado, (19).

    A ministra do Interior do Reino Unido, Priti Patel, disse que as negociações entraram no “túnel” – um jargão da UE para a fase final e sigilosa do tudo ou nada – e o negociador-chefe da UE, Michel Barnier, tuitou: “Bom progresso, mas os últimos obstáculos permanecem”.

    Mas Gove, que supervisionou a implementação de um acordo pelo divórcio anteriormente, disse a um comitê parlamentar: “Acho que, lamentavelmente, há mais chances de não conseguirmos um acordo”.

    Ele colocou a probabilidade em “menos de 50%”, acrescentando que, se o parlamento britânico não tiver tempo de aprovar o acordo em lei até 31 de dezembro, “então o tempo se esgotou e nenhum acordo teria sido alcançado e nós estaremos em um mundo onde negociaremos nos termos da OMC (Organização Mundial do Comércio)”.

    O fracasso em alcançar um acordo sobre o comércio de bens enviaria ondas de choque nos mercados financeiros, prejudicaria as economias europeias, afetaria as fronteiras e interromperia as cadeias de abastecimento na Europa e outros.

    Mas os operadores de câmbio pareciam ter uma visão otimista sobre as perspectivas de um acordo. Pouco depois de Gove falar, a libra esterlina estava abaixo das suas máximas, mas ainda subia cerca de 0,5%, a 1,3578, contra um dólar mais fraco.

     

    ‘RETOMAR O CONTROLE’

    O primeiro-ministro Boris Johnson, o rosto da campanha do referendo do Brexit em 2016, há muito diz que não irá aceitar um acordo que não respeite a soberania do Reino Unido depois de vencer uma eleição no ano passado com a promessa de “retomar o controle”.

    Gove disse que algumas das diferenças restantes vão “para o cerne do mandato (do governo)”.

    Um funcionário da UE que não quis se identificar afirmou que as divergências sobre a questão da pesca ainda não foram resolvidas, mas que intensas conversas sobre um caminho a se seguir em relação às cotas e a um período de transição estão em andamento.

    Dois diplomatas da UE e uma autoridade do bloco disseram nesta quinta-feira, (17), que não esperam um novo acordo comercial com o Reino Unido até sexta-feira, (18).

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