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    Rede social também pode ser lugar de procurar emprego; saiba como

    Os grupos na rede social também servem para divulgar vagas

    Aplicativo do Facebook em um smartphone
    Aplicativo do Facebook em um smartphone Foto: Dado Ruvic/Reuters (06.jan.2020)

    Estela Aguiar* do CNN Brasil Business, em São Paulo

    Procurar emprego ou mudar de área no meio de uma pandemia não é uma tarefa fácil. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), havia 13,4 milhões de brasileiros desempregados em 2020. Para ajudar nesta busca, é possível usar as redes sociais. Veja abaixo como funciona.

    Ferramenta Empregos no Facebook

    O Facebook tem a ferramenta Empregos no Facebook. Nela, os usuários podem se candidatar a vagas diretamente da plataforma, ou serem direcionados para os sites dos recrutadores. Além disso, o recurso busca ajudar negócios locais a encontrar candidatos na região.  

    Nesse espaço, o usuário pode publicar uma vaga, gerenciar candidaturas e vagas salvas, e aplicar filtros por distância, setor, tipo de emprego e remuneração para encontrar a oportunidade desejada. As vagas vão desde estágios até cargos de gestão em diversas áreas.

    Tanto a publicação de vagas como a candidatura para uma oportunidade ocorrem de forma totalmente gratuita.  A plataforma oferece um guia de como utilizar a ferramenta. 

    Grupos de divulgação de vagas no Facebook e no Twitter

    Um outro jeito de utilizar o Facebook a seu favor no momento de buscar um emprego ou de oferecer uma prestação de serviço é entrar em grupos que promovam a divulgação de vagas. De acordo com a rede social, somente no Brasil, mais de 120 milhões de pessoas participam de grupos ativos dos mais variados assuntos. 

    Um exemplo é o grupo Afrotrampos, que fomenta a geração de emprego entre pessoas negras (leia mais abaixo).

    No Twitter, apesar de não haver uma ferramenta específica focada em empregos, há páginas que utilizam o espaço para divulgar vagas de várias áreas. Alguns exemplos:

    De acordo com a plataforma, no segundo semestre de 2020, ocorreu um aumento de  36%  de conversas relacionadas a ajuda e divulgação de trabalho e perfis de pessoas buscando emprego ou complemento de renda através de alguma atividade extra.

    Emprego para pessoas negras

    Idealizado em 2018, a ação afirmativa Afrotrampos, no Facebook, promove oportunidades entre pessoas pretas nos mais diversos setores e níveis, além de ser um espaço para empreendedores pretos divulgarem seus trabalhos.

    Após alguns anos, o projeto cresceu e oferece, atualmente, curadorias para eventos de empreendedorismo, doação de bolsas profissionalizantes em parcerias com escolas de diferentes setores, além de consultoria e sensibilização empresarial para a igualdade racial nos espaços de trabalho. 

    Com mais de 40 mil membros, a iniciativa nasceu de uma inquietação pessoal de Ciça Pereira, uma das fundadoras do projeto e gestora de políticas públicas pela Universidade de São Paulo. A empresária, naquele momento, estava em busca de uma nova oportunidade. 

    “Comecei a procurar na rede social grupos que tivessem esse recorte racial focado no emprego e vi um focado para mulheres no mercado de trabalho, chamado “Feminitrampos”. Joguei no Facebook “Afrotrampos” e não consegui encontrar.  Para mim, foi óbvio essa criação e comecei a mandar para amigos. Do dia para a noite, já tinha 10 mil usuários.”

    Neste crescimento exponencial, Ciça integrou sócios à iniciativa, sendo eles Tainá Ramos, produtora cultural, e Lucas Lima, desenvolvedor de full stack para produtos digitais. 

    Com o sucesso, as empresas passaram a procurar a rede para divulgar suas vagas. Elas recebiam uma orientação específica.  “Falávamos: ‘Se você tem uma pessoa preta no seu time, ela pode publicar no grupo’, e aí ele se tocava que não tinha essa pessoa, e já ficava a provocação”, revela Ciça. 

    Para ela, além de fomentar as oportunidades de emprego para pessoas pretas, o projeto é uma forma de mudar o mundo corporativo. “Eu sinto que é um espaço seguro, de compartilhamento de experiências, e também uma grande bandeira para reparação do mercado de trabalho. É um sonho coletivo de que pessoas pretas podem quebrar essas barreiras do racismo”, explica. 

    Um exemplo da funcionalidade do grupo é a mais recente conquista de Daniela Aparecida. A jovem foi demitida no início de março e, após entrar no grupo, conseguiu voltar para o mercado no fim do mesmo mês. 

    “É uma ferramenta super importante porque ela mostra que a gente tem mais oportunidade e uma probabilidade de arrumar um trabalho, porque, sim, ainda existe preconceito no mercado e temos que nos juntar para acabar com ele”, destaca. 

     * Sob supervisão de Natália Flach e Maria Carolina Abe