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    Quais serão os próximos unicórnios brasileiros

    O CNN Brasil Business foi atrás de especialistas em inovação e investimento para mapear quais empresas devem alcançar o status mítico em 2020

    Neon Pagamentos (14.mar.2020)
    Neon Pagamentos (14.mar.2020) Foto: Neon/Divulgação

    Matheus Prado

    Do CNN Brasil Business, em São Paulo

    Os últimos dois anos foram mágicos para as grandes startups brasileiras. Desde 2018, 12 empresas alcançaram o valuation de US$ 1 bilhão, e, consequentemente, o tão desejado status de unicórnio. 

    Seguindo a tendência, 2020 também começou em grande estilo. Em janeiro, a Loft, empresa que compra, reforma e vende apartamentos em 18 bairros da capital paulista, recebeu um aporte de US$ 175 milhões  e entrou para o time.

    Há, portanto, uma grande expectativa que o movimento continuasse ao longo do ano. No entanto, as crises globais ligaram o sinal de alerta para investidores e algumas empresas podem demorar um pouco mais para alcançar tal status. Por outro lado, especialistas acreditam que o real mais barato pode ser visto como um atrativo para o investidor internacional.

    Pensando nisso, o CNN Brasil Business consultou o relatório Corrida dos Unicórnios da Distrito, plataforma de inovação que conecta startups, empresas e investidores, para tentar antecipar quais serão as próximas empresas nacionais a mudar de patamar. Responsável pela elaboração do documento, Gustavo Gierun explica como funciona a seleção. 

    “São mais de 60 variáveis. Avaliamos os fundadores e sua formação, tamanho do mercado, número de funcionários, tráfego do site, rodadas de investimento. A partir disso desenvolvemos um algoritmo e chegamos a um resultado frio, baseado apenas em dados”, explica.

    Sócio da Redpoint eventures, Manoel Lemos faz ainda uma previsão de quais são as áreas mais promissoras para o futuro. “O mercado hoje é muito diferente do que era há cinco anos atrás. As empresas estão mais estruturadas, há mais players envolvidos, mais conhecimento. Agora estamos olhando para startups de saúde e educação, áreas com muita ineficiência e espaço para amadurecer”, defende. 

    Também foram ouvidos especialistas que lidam com o assunto diariamente, como representantes de fundos de investimento, investidores anjo e professores especializados em inovação e empreendedorismo.

    Confira as apostas abaixo:

    Buser

    A Buser é considerada a “Uber” das viagens intermunicipais. Foi fundada por Marcelo Coelho e Marcelo Vasconcelos em 2017 e, depois de problemas regulamentares, decolou. “O Brasil tem graves problemas na área de transportes. Embora o transporte viário não seja o mais a forma mais rápida de viajar, a Buser conseguiu agregar valor na qualidade dos ônibus, no preço das passagens”, diz Calixto, da FGV. A empresa recebeu um aporte de mais de R$ 300 milhões em 2019 e tem o Softbank entre seus investidores.

    Cargo X

    Atacando um dos grandes problemas do transporte brasileiro, a Cargo X – fundada em 2013 por Federico Vega – opera como uma transportadora que conecta empresas e caminhoneiros com recursos tecnológicos avançados. Ganhou destaque em 2020 pois deve ampliar duas áreas do negócio: marketplace e serviços financeiros. “Cresceu porque o fundador tem estratégia coerente. Entendeu o problema logístico e começou a ampliar seu modelo de negócio”, diz Cyntia Calixto, professora do Centro de Empreendedorismo e Novos Negócios da FGV. 

    Creditas

    Fintech especializada em empréstimos, a Creditas foi fundada em 2012 pelo espanhol Sergio Furo. Seu grande diferencial é lastrear seus produtos com garantia imobiliária ou automotiva. “Não inventaram a roda, mas aproveitaram um nicho: o da pessoa física que faz pequenos empréstimos. Isso os grandes bancos ignoram”, afirma Renato Mendes, professor de pós-graduação do Insper e cofundador da Orgânica, consultoria que acelera e investe em startups. Em julho de 2019, a empresa recebeu um aporte de US$ 231 milhões e se aproximou da marca.

    Neon

    Criada em 2014 por Pedro Conrade, a Neon Pagamentos é mais uma fintech bem posicionada no mercado nacional. A empresa esteve mal das pernas em 2018 e o banco chegou a passar por uma liquidação extrajudicial, mas se recuperou em parceria com o Banco Votorantim. Recebeu inclusive, em novembro de 2019, um aporte de R$ 400 milhões que a deixou bem colocada na lista. “Empresa pioneira que quase quebrou mas conseguiu se recuperar. Vem crescendo rapidamente e conquistando muitos clientes”, afirma Mendes, do Insper e da Orgânica.

    Resultados Digitais

    Fundada em Florianópolis em 2011, a Resultados Digitais encontrou um nicho de mercado que vem crescendo desde então: o marketing digital. Seu grande produto é o software RD Station, que atende empresas de pequeno e médio porte e ajuda na obtenção e retenção de clientes online. Organiza também o RD Summit, importante evento de marketing digital e vendas. Conseguiu um aporte de R$200 milhões em 2019, liderado pelo fundo norte-americano Riverwood Capital. “A RD está bem posicionada porque atendeu uma demanda do mercado e conseguiu criar uma rede forte na América Latina”, opina Marcelo Nakagawa, professor de inovação e empreendedorismo do Insper.

    Outras empresas citadas pelos especialistas: PicPay, Cashme, Semantix, Fazenda Futuro, Pipefy, Conta Azul, Dr. Consulta, MadeiraMadeira, Olist e VTEX.