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    Produtos natalinos registram inflação de 11,03%, aponta FGV Ibre

    Alimentos da ceia estão 16,48% mais caros, enquanto presentes subiram 6,95%

    Pauline Almeidada CNN , no Rio de Janeiro

    A inflação dos produtos consumidos no Natal ficou acima do índice de preços de mercadorias e serviços em geral no Brasil. No acumulado de dezembro de 2021 a novembro de 2022, a primeira ficou em 11,03% contra 4,53% do segundo.

    Os números são de pesquisa do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV Ibre), que usa como base o Índice de Preços ao Consumidor – Disponibilidade Interna (IPC-DI).

    O grupo de alimentos que compõem a ceia de Natal registrou um aumento de 16,48% no período. As principais altas vieram da cebola (167,62%), frutas (38,82%), farinha de trigo (30%), maionese (29,93%) e batata inglesa (29,92%).

    Matheus Peçanha, pesquisador do FGV Ibre, aponta que os alimentos têm sido os “vilões” da inflação há pelo menos três anos, especialmente em virtude dos problemas climáticos.

    “São problemas de safra em sequência. Os pequenos produtores, que são os principais responsáveis por fornecer produtos à mesa do brasileiro, têm sofrido, perdido renda, sem conseguirem renovar a produção. Com isso, a gente teve uma redução de área plantada de diversos produtos de hortifrúti”, coloca.

    Já em relação aos presentes de Natal, a inflação foi de 6,95% no acumulado dos últimos 12 meses. A maior contribuição veio do vestuário (10,62%), seguido por acessórios (6,38%), recreação e cultura (5,89%), saúde e beleza (5,68%) e eletrônicos (0,34%).

    Matheus Peçanha avalia que os resultados da pesquisa pedem um consumo consciente dos brasileiros devido à expectativa de continuidade da alta de preços em 2023.

    “Esse cenário inflacionário para o ano que vem está cada vez mais deteriorado por conta do que se espera da política fiscal, o que deve manter os preços sob pressão, apesar dos sinais de recessão no mundo e de várias matérias-primas praticamente em liquidação”, colocou.

    Diante disso, o economista sugere que o consumidor esteja atento a ofertas e possibilidades de economia no Natal.

    “Para a alimentação, buscar ofertas em atacarejos. Juntar familiares para comprar itens em regime de atacado e ganhar descontos. Em relação aos presentes, optar por itens de menor valor. Não dar um passo maior do que a perna para não se endividar”, orienta.

    Variação dos últimos 12 meses registrada pela pesquisa (em %):

    Inflação de Natal: 11,03

    CEIA: 16,48

    Arroz: -1,63
    Batata inglesa: 29,92
    Cebola: 167,62
    Frutas: 38,82
    Farinha de trigo: 30,00
    Pão de outros tipos: 14,62
    Leite longa vida: 18,75
    Frango inteiro: 11,88
    Ovos: 20,08
    Carnes bovinas: 2,39
    Lombo suíno: 0,13
    Pernil suíno: 0,64
    Bacalhau: 11,63
    Azeite: 9,51
    Maionese: 29,93
    Azeitona: 9,72
    Vinho: 5,06

    PRESENTES: 6,95

    Eletrônicos: 0,34
    Aparelho de Som: 0,29
    Televisores0,50
    Computadores e periféricos: 1,76
    Celulares: -0,12

    Vestuário: 10,62
    Roupas Masculinas: 12,82
    Roupas Femininas: 11,01
    Roupas Infantis: 7,67
    Calçados Masculinos: 10,42
    Calçados Femininos: 8,87
    Calçados Infantis: 1,13

    Acessórios: 6,38
    Bijuterias: 3,53
    Relógio: 5,65
    Cintos e bolsas: 8,01

    Saúde e Beleza: 5,68
    Artigos de maquiagem: 4,12
    Perfumes: 5,57
    Produtos para barba: 8,24

    Recreação e cultura: 5,89
    Livros não-didáticos: 8,41
    Bicicleta: -0,33
    Brinquedos e bonecas: 8,47
    Artigos Esportivos: 4,10
    Instrumentos Musicais: 1,44