Prime Time

seg - sex

Apresentação

Ao vivo

A seguir

    Produtividade na indústria tem queda de 1,5% no primeiro trimestre, diz CNI

    Produtividade no setor industrial, em queda há um ano e meio, é provocada por efeitos conjunturais, com as economias em recuperação pelos impactos da Covid-19 e da guerra

    Trabalhador em indústria siderúrgica em Ipatinga, Minas Gerais
    Trabalhador em indústria siderúrgica em Ipatinga, Minas Gerais 17/04/2018REUTERS/Alexandre Mota

    Fabrício Juliãodo CNN Brasil Business

    em São Paulo

    A produtividade do trabalho na indústria de transformação brasileira caiu 1,5% no primeiro trimestre de 2022 na comparação com o último trimestre de 2021, segundo um estudo da Confederação Nacional da Indústria (CNI).

    Por outro lado, a pesquisa mostra que, com a mesma base de comparação, as horas trabalhadas cresceram 2,2% acima do aumento registrado pelo volume produzido, de 0,8%.

    A confederação explicou que a retomada do mercado de trabalho a partir de 2021, com o advento da vacina, criou mais vagas no setor industrial, o que refletiu no aumento de horas trabalhadas por terem mais mão de obra disponível.

    No entanto, fatores conjunturais fizeram com que menos matérias-primas e insumos chegassem às fábricas, o que justifica o fato de o aumento das horas de trabalho na indústria não resultarem em um crescimento da produtividade.

    “As economias ainda se recuperam dos efeitos da Covid-19 e agora sofrem os impactos da guerra da Ucrânia. No Brasil, a falta ou o alto custo da matéria-prima se tornou uma das maiores dificuldades da indústria desde o segundo trimestre de 2020, diante dos efeitos da pandemia”, disse Samantha Cunha, gerente de política industrial da CNI.

    A perda acumulada de produtividade chega a 10% na comparação com o terceiro trimestre de 2020, última alta registrada pelo indicador, afastando-se ainda mais do nível anterior à crise da Covid-19.

    Guerra e Covid-19

    Citada como um dos principais problemas para a produtividade na indústria, a guerra no leste europeu intensificou as restrições de insumos para a produção, já afetados em detrimento das consequências da pandemia.

    Segundo a CNI, diversas cadeias produtivas foram afetadas pelo conflito na Ucrânia, como a de alimentos, eletrônica e automobilística. Além disso, o confronto também ocasionou em desabastecimento ou aumento do custo de insumos.

    “O conflito acentuou as dificuldades em conseguir insumos e matérias-primas, além do aumento dos preços e as dificuldades logísticas, como indisponibilidade de navios, contêineres e aumento do preço dos fretes”, pontua o estudo.

    Outro fator que agravou as interrupções de fornecimento nas cadeias produtivas é a política “zero Covid” da China, que fez com que o país asiático adotasse lockdowns nos principais centros de manufatura e comércio da região.

    Por fim, a CNI destaca que a produtividade deve recuperar o nível anterior à pandemia, retornando à trajetória de baixo crescimento.

    “O crescimento sustentado da produtividade depende da superação das ineficiências estruturais do Brasil, como o baixo investimento em pesquisa e desenvolvimento”, ressaltou a confederação.