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    Privatizar Petrobras em 2022 seria recorde histórico, diz presidente do BNDES

    Gustavo Montezano deu entrevista coletiva depois de anunciar lucro recorde de R$ 12,9 bilhões no primeiro trimestre

    Pedro Duranda CNN , no Rio de Janeiro

    O presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Gustavo Montezano, afirmou em entrevista coletiva nesta quinta-feira (12) que privatizar a Petrobras em apenas oito meses representaria um recorde histórico para o banco.

    “A informação de que o recorde histórico nosso de privatização é de 15 meses é uma referência pra que a sociedade possa entender nossa expectativa. Eventualmente a gente pode reduzir, fazer um prazo mais curto e bater um novo recorde? Sim. Isso eventualmente pode ser possível, a gente nunca fez, então não cabe ao BNDES assumir qualquer tipo de compromisso porque é factível ou não é factível”, disse ele.

    A ideia de vender a maior empresa controlada pelo governo brasileiro veio à tona nesta semana com a troca na chefia do Ministério de Minas e Energia. O novo titular da pasta, Adolfo Sachsida, defendeu que vender a Petrobras será a prioridade de sua gestão.

    Detentor de ações preferenciais da Petrobras que somam cerca de R$ 30 bilhões em valor de mercado, o BNDES é também o responsável por fazer os estudos de privatizações de empresas do governo, como fez com a Eletrobras.

    Na prática, cabe ao banco estudar o melhor modelo para a desestatização e contratar consultorias para ajudar a elaborar o formato. O resultado pode ser sugerir um leilão, uma venda privada, uma capitalização, oferta de ações em bolsa ou até o fatiamento da empresa, por exemplo.

    Questionado pela CNN se em 2022 isso seria possível, ele respondeu: “Faltam 8 meses para terminar o ano. Nosso recorde foram 15 meses. Eu teria que bater essa meta e ter mais 50% de melhora em relação ao melhor que a gente já fez”.

    O primeiro passo para um processo de privatização seria a contratação formal do BNDES pelo Programa de Parceria de Investimentos do Ministério da Economia, o que ainda não aconteceu formalmente.

    O presidente do banco reconheceu que a Petrobras é um “ativo único”, o que indicaria um processo complexo. Montezano ainda comentou sobre o risco de um processo de reversão de uma privatização, especialmente no caso da Eletrobras ou da Petrobras caso o presidente eleito não concorde com a ideia.

    Ele disse que isso geraria insegurança jurídica, mas que sempre existe a possibilidade de a empresa desestatizada ter uma oferta de recompra pelo governo. O presidente do banco, no entanto, disse confiar nos processos de privatização. “Judicialmente a gente está bem seguro da estrutura montada. Eu desconheço no Brasil qualquer privatização que tenha sido desfeita”

    Lucro recorde

    As declarações de Gustavo Montezano foram dadas na coletiva de divulgação dos resultados financeiros do primeiro trimestre de 2022. O banco bateu recorde com um lucro de R$ 12,9 bilhões. Parte do valor vem da venda de ações, especialmente da JBS e da Petrobras.

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