Privatizar Correios liberaria recursos para social, segurança e saúde, diz especialista
Equipe de transição anunciou nesta sexta-feira que vai ter com uma de suas prioridades acabar com a proposta de privatização do serviço de postagens
Paralisar a privatização dos Correios seria um grande equívoco, segundo Gesner Oliveira, professor da Fundação Getulio Vargas (FGV) e sócio da GO Associados.
“Seria um grande equívoco paralisar a privatização dos Correios, que deveria ter ocorrido há várias décadas, porque poderia ter um serviço mais eficiente e liberar recursos para o Estado se concentrar naquilo que é fundamental, que são os programas sociais, segurança, educação e saúde”, disse o especialista neste sábado à CNN.
A equipe de transição do governo eleito de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou nesta sexta-feira que vai ter com uma de suas prioridades acabar com a proposta de privatização dos Correios, que atualmente tramita no Senado Federal, e anunciou que tem um encontro marcado com a estatal na terça-feira.
“Já houve uma análise de constitucionalidade (da privatização), justamente no processo que levou a votação majoritária desse projeto na Câmara, e se verificou que é possível fazer uma privatização dos Correios, a exemplo do que vários outros países já fizeram”, disse Gesner Oliveira ao ser questionado sobre o argumento de críticos da privatização de que seria um processo inconstitucional.
Uma das preocupações dos críticos é sobre a universalização do serviço, mas Gesner argumenta que é uma questão de fácil resolução.
“Num processo de privatização, seria interessante estabelecer regras para que serviços para áreas distantes, menos populosas, não deixem de ser providos. Isso pode ser regulado por uma agência independente, como prevê projeto aprovado na Câmara. Sem politização e sem perigo de corrupção”, disse.
*Veja entrevista completa no vídeo.
*Publicado por Ligia Tuon
