Presidente do Bradesco diz que banco emprestou mais do que deveria durante pandemia
Executivo também estimou que a provisão para perdas com inadimplência seguirá elevada no primeiro semestre, e que a instituição pretende fechar de 200 a 250 pontos de atendimento em 2023
O presidente do Bradesco, Octávio de Lazari, disse nesta sexta-feira que o segundo maior banco privado do país concedeu mais empréstimos do que deveria durante a pandemia e que isso resultou na escalada da inadimplência que enfrenta agora.
Segundo ele, em 2020 o Brasil teve índices de inadimplência anormalmente baixos, “que não condiziam com a realidade brasileira”, o que levou o Bradesco a ampliar a concessão de empréstimos, especialmente em linhas de maior risco, como para baixa renda e para pequenas e médias empresas.
“Concedemos mais crédito do que deveríamos ter concedido”, disse Lazari a jornalistas durante teleconferência sobre os resultados do quarto trimestre.
Lazari disse ainda que o banco não mudou suas taxas sobre a operação de risco sacado após o caso Americanas, que foi para recuperação judicial no mês passado, o que fez o Bradesco provisionar R$ 4,9 bilhões extras no resultado do quarto trimestre.
O executivo também estimou que a provisão para perdas com inadimplência seguirá elevada no primeiro semestre, e que a instituição pretende fechar de 200 a 250 pontos de atendimento em 2023.