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    Presidente do BCE diz não ver estrutura para Brics lançar moeda comum

    Durante evento, Lagarde também comentou sobre criptoativos e economia alemã

    A presidente do BCE, Christine Lagarde
    A presidente do BCE, Christine Lagarde 27/10/2022 - REUTERS/Wolfgang Rattay/Arquivo

    Gabriel Bueno da Costa, do Estadão Conteúdo

    A presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, foi questionada nesta sexta-feira (24) sobre a possibilidade de que o grupo de países emergentes Brics lançasse uma moeda própria e que pudesse acabar como um concorrente do euro.

    Durante evento em Frankfurt, na Alemanha, Lagarde se mostrou cética sobre a possibilidade.

    A autoridade citou os membros do Brics: Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, e questionou se eles teriam “o suficiente em comum para se organizar conjuntamente”.

    Segundo Lagarde, uma moeda comum “não pode ser apenas algo legal”, mas precisa partir de “algo mais importante, a expressão de sua soberania”.

    Para a presidente do BCE, há “interesses comuns” no Brics, mas ela não vê uma “fundação forte conjunta” que poderia levar a uma moeda comum desse grupo.

    Criptoativos

    No evento, Christine Lagarde deixou evidente sua avaliação negativa sobre os criptoativos.

    A autoridade fez críticas a esses recursos e lembrou que eles muitas vezes são usados para fazer transações que seriam vetadas via meios tradicionais, por serem ilegais. Além disso, Lagarde enfatizou o fato de que são “altamente especulativos”.

    A presidente do BCE disse que todos têm o direito de colocar seu dinheiro no que desejam, mas notou que é preciso estar disposto a, eventualmente, perder todo seu investimento ao se adquirir criptoativos.

    Moeda digital de BC

    Em outro momento, a presidente do BCE falou sobre a potencial emissão de um euro digital mais adiante. Segundo ela, a alternativa é “mais uma oportunidade que uma ameaça, inclusive para os bancos”.

    Lagarde disse que é importante manter cédulas e moedas como alternativa, para os que desejam, mas lembrou que é razoável se preparar para mudanças na forma como os pagamentos são feitos, com ênfase na confiança.

    Alemanha

    Lagarde ainda comentou o impasse recente sobre o orçamento da Alemanha.

    Nesta semana, a Justiça do país barrou uma tentativa das autoridades de realocar para projetos ambientais dinheiro que iria inicialmente a alívio financeiro por causa da pandemia, o que provocou um rombo nas contas.

    O governo anunciou ontem um plano de manter a suspensão de dispositivo que limita a dívida pública, e a Reuters reportou que o governo alemão impôs congelamento à maioria dos novos compromissos de gastos.

    Veja também: Para Haddad, Brics não devem antagonizar com outros blocos globais