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    Por pandemia, dívida pública renova recorde e fecha 2020 no patamar dos R$ 5 tri

    Segundo o Tesouro, o combate à pandemia ampliou consideravelmente os gastos públicos, aumentando também a necessidade de financiamento do Governo Federal

    Notas e moedas de real: Brasil teve aumento de dívida
    Notas e moedas de real: Brasil teve aumento de dívida Foto: Marcos Santos/USP Imagens

    Anna Russi, do CNN Brasil Business, em Brasília

    Com o aumento de gastos públicos para combater a pandemia de Covid-19 e seus impactos na economia, a Dívida Pública Federal (DPF) do Brasil avançou 17,9% em 2020 e alcançou os R$ 5,009 trilhões. Essa foi a primeira vez que a dívida alcançou este patamar. No ano anterior, a DPF estava em R$ 4,28 trilhões.

    Os dados foram divulgados pelo Tesouro Nacional nesta quarta-feira (27). O resultado veio acima da meta estabelecida no Plano Anual de Financiamento (PAF), que previa que a dívida alcançasse no máximo os R$ 4,9 trilhões.

    A DPF, que inclui o endividamento interno e externo do governo federal, é a emissão de títulos públicos pelo Tesouro Nacional para financiar o déficit orçamentário do governo federal, que arrecada menos do que gasta. 

     

    Segundo o Tesouro, o combate à pandemia ampliou consideravelmente os gastos públicos, aumentando também a necessidade de financiamento do Governo Federal. “Neste contexto, o Tesouro atuou de forma a garantir os recursos necessários para o pagamento das despesas extraordinárias, respeitando as condições de mercado e utilizando disponibilidades de caixa acumuladas nos últimos anos”. 

    Em dezembro do ano passado, as emissões de papéis da DPF somaram R$ 198,56 bilhões. Esse foi o maior número da série histórica, o que indica que o Tesouro está pegando mais recursos emprestados com o mercado financeiro para pagar os gastos extras com o combate à pandemia. O alto volume de empréstimo contribui para que o nível de estoque da dívida dispare. 

    A emissão de títulos públicos é usada para cobrir o rombo das contas públicas, que, de acordo com a equipe econômica, deve ficar acima dos R$ 800 bilhões. O resultado oficial será divulgado na próxima quinta-feira (28). 

    Os resgates totalizaram R$ 5,22 bilhões. Assim, a emissão líquida em dezembro foi de R$ 193,34 bilhões.

    Predominante doméstica

    O Tesouro destacou ainda que, apesar da forte alta no endividamento público, a DPF continua predominatemente doméstica: apenas R$ 243,5 bilhões do total equivalem à dívida externa. 

    O perfil de investidores da dívida interna é liderado pelas instituições financeiras, que detêm 29,6%. Em seguida, estão os fundos de investimentos, com 26%, e a previdência, com 22,6%. Os investidores não residentes do Brasil, ficaram com 9,2% do total da dívida interna. 

    “O cenário doméstico de expectativas de inflação ancoradas, permitindo a manutenção da taxa Selic no menor nível histórico, tem favorecido a dinâmica decrescente dos indicadores de custo da dívida, que atingiram os menores valores da série histórica ao longo de 2020”, observa o Tesouro.