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    Política fiscal deve ajudar a reduzir inflação, diz Haddad em reunião do FMI

    Em declaração na reunião anual do Fundo Monetário Internacional, ministro da Fazenda reafirma compromisso em zerar o déficit das contas públicas em 2024

    Thais Herédiada CNN , São Paulo

    A política fiscal precisa ajudar a política monetária no processo de queda da inflação. A declaração foi feita pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, durante reunião anual do Fundo Monetário Internacional, no Marrocos.

    Segundo Haddad, os países precisam buscar equilíbrio entre política fiscal e monetária para ajuda garantir equilíbrio da dívida pública, mas preservando gastos sociais e investimentos públicos.

    Sobre a política fiscal adotada pelo Brasil, o ministro afirmou que “um novo quadro fiscal e um conjunto de medidas propostas em matéria de receitas reforçaram a confiança na sustentabilidade fiscal do Brasil”, se referindo ao arcabouço fiscal aprovado este ano que permite aumento das despesas, mas depende de um aumento considerável de receitas.

    Fernando Haddad reafirmou compromisso com meta de zerar o déficit primário em 2024 e chegar a um superavit de 1% nas contas em 2026, último ano do mandato de Lula.

    Isso sem promover aumento da carga tributária e sim fazendo correções na base de arrecadação, levando as receitas do governo federal a 19% do PIB.

    A declaração do ministro foi feita no mesmo dia em que os economistas do FMI divulgaram relatório melhorando as expectativas para as contas públicas, mas apontando apenas para 2025 a superação do déficit primário.

    Sobre a atividade econômica brasileira, Haddad disse que o ritmo atual superou as expectativas, com um “crescimento resiliente e uma inflação em queda”.

    Também apontou que os juros já estão em queda porque a inflação cedeu e está abaixo de vários países desenvolvidos.

    Haddad aproveitou para defender um posicionamento recorrente do presidente Lula sobre a reforma nos organismos multilaterais.

    “Um passo essencial é garantir que a representação dos mercados emergentes e as economias em desenvolvimento — onde vive a maior parte da população mundial — na governança das principais organizações multilaterais reflita seu peso crescente na economia global”, disse o ministro.

    E completou afirmando que “a não realização de quaisquer progressos no sentido do realinhamento das cotas e de uma governança mais representativa do FMI abriria um precedente perigoso e enviaria um sinal muito negativo sobre o compromisso dos membros em reforçar o multilateralismo”.

    Sobre os desafios globais e a expectativa para a presidência brasileira do G20, Fernando Haddad afirmou que a economia mundial está num momento crítico e que “a crescente fragmentação geoeconômica, o enfraquecimento do multilateralismo, uma crise de dívida iminente em vários países do Sul Global, uma crise persistente,
    a pobreza e a fome, o aumento da riqueza e da desigualdade de rendimentos e a crise climática representam riscos negativos significativos para a economia global”.

    Veja também: Inflação sobe 0,26% em setembro, aponta IBGE; resultado vem abaixo das expectativas

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