PIB forte depende de recuperação do mercado de trabalho
Só vamos engrenar em retomada mais forte quando o desemprego baixar para valer
Antes mesmo da pandemia atingir o país, e os negócios por aqui, o desemprego já era uma preocupação no Brasil. A crise sanitária piorou o que já ia mal. Mas, nesta quinta-feira (30) tivemos a divulgação do Caged, levantamento do Ministério da Economia que monitora a criação de empregos com carteira assinada, e fomos surpreendidos com seu melhor resultado para um primeiro semestre em 11 anos. Ainda assim, a alta taxa de demissões nestes períodos nos lembra que ainda não estamos totalmente recuperados.
Com isso, o ministro Paulo Guedes voltou a criticar a legislação trabalhista, com uma fala muito impactante, dizendo que ela é “obsoleta e anacrônica”. E nesta mesma onda, o novo secretário executivo do Ministério do Trabalho e Previdência, Bruno Bianco, foi nomeado e em seu discurso, muito otimista, disse que o governo espera formalizar todos os brasileiros até o final de 2022.
E o emprego é tema fundamental quando se fala em crescimento econômico no país, pois, só vamos engrenar em retomada mais forte quando o desemprego baixar para valer. Por isso a expectativa sobre qual vai ser o papel e o peso do novo ministério do Trabalho e Previdência nesse cenário. Hoje temos o ensaio de uma melhora, mas ainda precisamos lidar com os 40% de trabalhadores que vivem na informalidade.
Outra preocupação é alta de preços. Na quinta, repercutiu a divulgação do IGP-M, conhecido como ‘a inflação do aluguel’. O índice variou 0,78% em julho, contra 0,6% em junho, e avançou 33,83% em 12 meses.
E por falar em preços, o Brasil está sofrendo com as safras destruídas pelas secas e geadas, o que pode impactar o IPCA, o índice oficial da inflação, que já está fazendo com que economistas rejevam as projeções para a Selic, que pode chegar aos 7% no fim deste ano.
No exterior, a previsão de novos investimentos pelo governo dos Estados Unidos, e o crescimento do PIB norte-americano, ainda que abaixo do esperado, deixou o mercado um pouco mais otimista.
Neste episódio do Abertura de Mercado, a comentarista de economia da CNN Thais Herédia ouve especialistas sobre essas movimentações, e aproveita pra falar sobre outros temas que impactam na economia e influenciam o mercado.
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*Publicado por Ana Carolina Nunes