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    PIB dos EUA tem queda de 4,8% no 1º trimestre, a pior desde 2008

    Economia norte-americana recuou 4,8% no período, na taxa anualizada. Atividade do país não recuava em um trimestre há quase 6 anos

    Donald Trump, presidente dos EUA: consumo das famílias teve o maior recuo desde 1980 no 1º trimestre de 2020
    Donald Trump, presidente dos EUA: consumo das famílias teve o maior recuo desde 1980 no 1º trimestre de 2020 Foto: Leah Millis - 15.abr.2020/ Reuters

    A economia dos Estados Unidos contraiu pela primeira vez em quase seis anos entre janeiro e março, em consequência da crise do coronavírus e das medidas de isolamento que paralisaram a atividade no país.

    O Produto Interno Bruto (PIB) norte-americano caiu 4,8% na taxa anualizada, informou a agência de análises econômicas do país nesta quarta-feira (29). Foi a primeira retração da economia dos EUA desde o primeiro trimestre de 2014, e a mais intensa desde o último trimestre de 2008.

    O consumo das famílias, indicador de maior peso na composição do PIB do país, diminuiu 7,6% na taxa anualizada, no pior decínio desde o segundo trimestre de 1980.

    A economia parou em março, quando empresas fecharam e medidas de isolamento foram tomadas em todo o país, numa tentativa de frear a pandemia. O choque foi tão grande que anulou a atividade econômica positiva registradas em janeiro e fevereiro.

    No segundo trimestre, a economia deve recuar ainda mais. Embora alguns estados estejam começando a reabrir o comércio, especialistas acreditam que levará algum tempo até que os níveis de atividade retornem ao patamar em que estavam antes do surto da COVID-19.

    Economistas ponderam que o número é preliminar e pode ser revisado à medida que novos dados do trimestre forem divulgados. De qualquer maneira, está dado que os seis anos de crescimento trimestral consecutivo ficaram para trás.

    “A economia está desabando do penhasco e quebrando o pescoço, com consumidores comprando apenas bens não duráveis como alimentos e bebidas”, disse o economista-chefe do banco MUFG, Chris Rupkey.

    Qual o tamanho da crise?

    A crise atual é particular porque a economia enfrenta ao mesmo tempo um choque de demanda, com consumidores em casa, e de oferta, com negócios fechados. 

    “Com base em evidências colhidas em todo o mundo, o que calculamos é que cada semana de ‘lockdown’ provavelmente reduzirá o crescimento anual em aproximadamente 0,5 a 1 ponto percentual”, disse Michael Grady, economista-chefe da Aviva Investors. 

    Não é um bom presságio. As estimativas mais otimistas indicam que os bloqueios vão atingir ao menos metade do trimestre atual.

    Algumas projeções sugerem que a economia dos EUA deve recuar a uma taxa anualizada de até 40%, no pior resultado desde que a agência de análises econômicas começou a acompanhar o crescimento trimestral do PIB, em 1947.

    Além da incerteza quanto à velocidade do fim da pandemia, economistas se preocupam sobre como os consumidores irão reagir depois que a economia reabrir. Depois de semanas de distanciamento social, existe a possibilidade de que as pessoas fiquem menos dispostas a se engajar na atividade econômica, fazendo com que restaurantes e cinemas continuem vazios por um bom tempo.