Petróleo fecha em alta, com notícias sobre Ômicron superando dados de estoques
Segundo a Capital Economics, a demanda permanece sólida, apesar do aumento de casos de covid-19
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O petróleo é considerado uma commodity. O termo se refere a recursos finitos que têm origem na natureza e são comercializados. No caso, o petróleo é usado principalmente como combustível, mas também dá origem a materiais como o plástico • REUTERS/Vasily Fedosenko
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O petróleo pode ser de vários tipos, dependendo principalmente do seu grau de impureza. Os dois principais, Brent e WTI, são leves (pouco impuros), e a diferença se dá pelo local de negociação: bolsa de Nova York no caso do Brent e bolsa de Londres no caso do WTI • Instagram/ Reprodução
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Os preços do petróleo seguem uma cotação internacional, e flutuam pela oferta e demanda. No Brasil, o preço de referência adotado pela Petrobras - maior produtora no país - é do Brent, seguindo a cotação internacional, em dólar • REUTERS
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Quando se fala da comercialização de petróleo, um fator importante é a Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo). Com 13 membros, ela é responsável por quase 50% da produção mundial de petróleo, e portanto consegue regular a oferta - e preços - pelos fluxos de produção • Reuters/Dado Ruvic
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A partir de 2020, os preços do petróleo foram afetados pela pandemia e pela guerra na Ucrânia. A Opep+ (que inclui países aliados do grupo, como a Rússia) decidiu cortar a produção temporariamente devido à baixa demanda com lockdowns, e os preços caíram. A média em 2020 foi US$ 40, distante da de anos anteriores, entre US$ 60 e US$ 70 • REUTERS
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Em 2021, porém, o cenário mudou, com o avanço da vacinação, os países reabriram rapidamente, e a demanda por commodities decolou, incluindo pelo petróleo. A Opep+, porém, decidiu manter os níveis de produção de 2020, e a oferta baixa fez os preços saltaram, ultrapassando US$ 80 • REUTERS/Nick Oxford
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Já em 2022, a situação piorou. A guerra na Ucrânia, e as sanções ocidentais a um dos maiores produtores mundiais da commodity, a Rússia, fizeram os preços dispararem, ultrapassando os US$ 120. Atualmente, o barril varia entre US$ 100 e US$ 115 • 03/06/2022REUTERS/Angus Mordant
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A alta dos preços do petróleo, porém, trouxe consequências negativas para o Brasil. Como a Petrobras segue a cotação internacional e o dólar está valorizado ante o real, ela subiu o preço nas refinarias, o que levou a uma elevação da gasolina e outros combustíveis. Até o momento, o preço da gasolina já subiu 70% • REUTERS/Max Rossi
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A alta do petróleo não afetou só o Brasil. Países dependentes da commodity, como EUA, Índia e Reino Unido, também viram os preços dos combustíveis subirem, e têm tentado pressionar a Opep+ a retomar os níveis de produção pré-pandemia, o que tem ocorrido lentamente enquanto a organização aproveita para se recuperar das perdas em 2020 • Reuters
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O petróleo fechou em alta nesta quarta-feira (8). Um balanço mais positivo de notícias à respeito da variante Ômicron do coronavírus afastou preocupações sobre a possibilidade de restrições serem implementadas mundo afora, enquanto a fraqueza do dólar emprestou mais suporte à commodity.
A queda abaixo do esperado nos estoques americanos na semana passada, porém, limitou os ganhos.
Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o barril do petróleo WTI com entrega prevista para janeiro subiu 0,43% (US$ 0,31), a US$ 72,36, enquanto o do Brent para fevereiro avançou 0,50% (US$ 0,38) na Intercontinental Exchange (ICE), a US$ 75,82.
De acordo com o analista Edward Moya, da Oanda, o petróleo ganhou impulso nesta manhã com a notícia de que a vacina da Pfizer retém eficácia contra a cepa Ômicron após um regime de três doses do produto.
Antes, dados preliminares de um estudo conduzido na África do Sul indicaram proteção menor do imunizante após duas doses, informação confirmada pelos testes realizados pela companhia.
A melhora da demanda pelo óleo no mercado futuro veio apesar da adoção de novas restrições à atividade no Reino Unido por causa da pandemia, além de uma “queda abaixo do esperado nos estoques” do petróleo nos EUA e de aumentos acima do previsto nos estoques de produtos derivados, comenta o TD Securities.
O banco de investimentos canadense estima que os contratos devem subir para um nível superior a US$ 80 por barril, apoiados pelo provável “perda de fôlego no aumento da oferta, recuperação contínua da demanda e adição do consumo durante o inverno” no hemisfério norte. A avaliação contrasta com análise publicada pelo Departamento de Energia (DoE, na sigla em inglês) nesta quarta.
Ao comentar os dados de estoques nos EUA, a Capital Economics destaca que a queda desta quarta ocorreu apesar de um novo aumento na produção média diária, que chegou a 11,7 milhões de barris – a maior desde maio de 2020, de acordo com a consultoria.
“A demanda permanece sólida, apesar do aumento de casos de covid-19. A menos que as restrições às viagens sejam reimpostas, esperamos que a demanda de petróleo dos EUA se mantenha firme nos próximos meses”, conclui a casa.