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    Passagem aérea doméstica pode superar R$ 7 mil; saiba qual trecho é caro e barato no Brasil

    Dados da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) mostram detalhadamente todas as passagens aéreas vendidas no Brasil

    Viagem de avião
    Viagem de avião peter bucks / via Unsplash

    Fernando Nakagawada CNN

    2.389 quilômetros separam os aeroportos de Porto Velho, em Rondônia, e Viracopos em Campinas, no interior de São Paulo. Em agosto, esse trecho teve a passagem mais cara vendida no Brasil. Um passageiro pagou R$ 7.494,90 para voar entre as duas cidades, com conexão e na classe econômica.

    Dados da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) mostram detalhadamente todas as passagens aéreas vendidas no Brasil. O sistema não identifica o passageiro, mas o dado traz detalhes sobre as tarifas reais praticadas em cada companhia aérea e o número de assentos vendidos naquele preço.

    O detalhamento desse indicador é elogiado por especialistas que acompanham o setor aéreo em outros países – já que muitos mercados não têm acesso a essa informação.

    Esse banco de dados mostra que as três passagens aéreas mais caras vendidas no Brasil em agosto foram da Azul. Além do trecho entre Porto Velho e Campinas, a empresa também teve o segundo lugar no mês – entre Ji-Paraná, em Rondônia, e Goiânia, Goiás – que saiu por R$ 7.243,90.

    Foi exatamente o mesmo preço do terceiro trecho mais caro vendido pela Azul, entre Santarém, no Pará, e Parnaíba, no litoral do Piauí.

    Em todos os três casos, não há ligação aérea direta entre os aeroportos. Nesse caso, a companhia oferece a passagem entre as duas cidades com conexão.

    Por outro lado, o bilhete mais barato vendido pela Azul em agosto custou R$ 66,90 e três passageiros conseguiram voar por esse preço entre Pelotas, no interior do Rio Grande do Sul, e Porto Alegre.

    Menos de R$ 50

    A passagem mais cara do Brasil custou 16.942% acima do trecho mais barato. Em agosto, apenas um passageiro teve a sorte de pagar apenas R$ 43,98 pelo voo entre os aeroportos de Congonhas, em São Paulo, e Santos Dumont, no Rio de Janeiro.

    A passagem mais barata do mês de agosto foi vendida pela Latam, segundo a Anac.

    Por um centavo a mais ou R$ 43,99, a mesma companhia vendeu três bilhetes entre Congonhas e Santos Dumont e outros três para o trecho de volta, entre Santos Dumont e Congonhas.

    Mas a Latam não tem apenas passagens baratas. O ticket mais caro vendido pela companhia em agosto custou R$ 6.532,29 pagos por um passageiro entre Macapá, no Amapá, e Aracaju, no Sergipe. O valor é 14.752% superior ao trecho mais barato, entre São Paulo e Rio vendido pela mesma empresa.

    Na concorrente Gol, o bilhete mais barato também saiu por menos de R$ 50 em agosto: foram R$ 48,71 pagos por dois passageiros entre os aeroportos de Fortaleza, no Ceará, e Porto Velho, em Rondônia.

    Por outro lado, o bilhete mais caro da companhia ficou com o trecho entre Curitiba, no Paraná, e Brasília. Foram R$ 3.649,39 pagos por dois passageiros.

    Média por empresa

    A Anac também divulga dados agregados, com a tarifa média praticada individualmente por empresa. Nesse caso, o dado é de setembro.

    Individualmente, os preços subiram em todas as três principais. A Gol foi a aérea que teve o maior aumento médio, de 27,3% na comparação com agosto. Em setembro, a tarifa média ficou em R$ 734,20.

    O aumento da Latam ficou em 21,5%, e o mês terminou com ticket médio na companhia de R$ 722,94. Entre as três aéreas, a Latam é a que teve a menor média de preços no mês.

    Já a alta de preços da Azul foi o menos intensa, de 2,1%. Apesar disso, é a empresa que tem, na média, o valor médio pago pelos passageiros, de R$ 783,35.

    O aumento mensal acompanha o reajuste visto no combustível. Dados da Agência Nacional do Petróleo (ANP) compilados pela Anac mostram que, na média, o combustível dos aviões subiu 18,2% no mês de setembro, para R$ 4,19 o litro.

    O que dizem as empresas

    Procurada, a Azul informou que os “preços praticados variam de acordo com alguns fatores importantes, como trecho, sazonalidade, compra antecipada, disponibilidade de assentos, entre outros”. “Fatores externos, como a alta do dólar, o preço do combustível e conflitos internacionais são elementos que também influenciam nos valores das passagens”, informou em nota à CNN.

    Latam e Gol foram procuradas com questionamento sobre os preços praticados, mas não se posicionaram até a publicação dessa reportagem. Em caso de resposta, o texto será atualizado.