Para governo, Caio Paes de Andrade tem total legitimidade para assumir Petrobras
Para pessoas envolvidas com a mudança na estatal, o ruído em torno da troca no comando tende a diminuir a partir de agora
A gestão de Caio Paes de Andrade como presidente da Petrobras tem “total legitimidade” e é um direito do governo, como acionista majoritário, nomear o executivo sem cumprir todo o rito processual previsto pela legislação do mercado de capitais e da própria companhia.
Segundo fontes do governo federal ouvidas pela CNN, Paes de Andrade será referendado pela Assembleia Geral de Acionistas assim que ela for realizada e que, até lá, vai atuar integralmente como presidente da Petrobras desde o momento da sua posse. Para pessoas envolvidas com a mudança na Petrobras, o ruído em torno da troca no comando tende a diminuir a partir de agora.
Sobre a alteração na Política de Paridade Internacional da petrolífera, que é ponto de discórdia e fonte da crise aberta contra a Petrobras, as fontes ouvidas pela coluna afirmam que a decisão está sob a responsabilidade do novo presidente, assim como prováveis trocas na diretoria da companhia.
Além da falta de experiência profissional no setor de óleo e gás, o fato da aprovação de Caio Paes de Andrade não ter passado pelo crivo da Assembleia dos Acionistas reforçou a percepção de que a interferência na governança da Petrobras será mais incisiva do que sob a gestão dos ex-presidentes.
As ações da petrolífera sobem mais de 6% no mercado nesta segunda-feira. Para Conrado Ramos José, head de research da Somma investimentos, a alta dos papeis não está diretamente relacionada com a aprovação de Paes de Andrade, como se fosse um alívio pelo fim desse capítulo que envolve a estatal. “O petróleo e outras commodities estão subindo nesta segunda-feira, o que impulsiona as ações de empresas do setor”, disse à CNN.
A maior probabilidade que está sendo considerada pelo mercado é que a Petrobras aumente o tempo de reajustes até as eleições, sem mudar diretamente o PPI. Em relatório enviado a clientes, os analistas da Eleven Financial não esperam recuperação continuada no valor das ações.
“Acreditamos que futuros reajustes de preços ocorram após um período mais longo que os últimos, para não repassar a forte volatilidade dos preços do mercado internacional. Enquanto isso, esperamos que as cotações da empresa continuarão sofrendo negativamente pelas incertezas referente à sua política de preços”, diz a análise da Eleven.